A Bartira, parte do grupo Via Varejo, começou o ano fechando 1 dos 2 turnos da fábrica, demitindo 500 trabalhadores por telegrama.
terça-feira 11 de janeiro de 2022 | Edição do dia
Imagem: Reprodução
A fábrica de móveis Bartira, localizada em São Caetano do Sul no ABC Paulista e uma das maiores do ramo no país, iniciou o ano de 2022 descarregando a crise nas costas dos trabalhadores. Além das chuvas que já atingem milhares de famílias em todo ABC, com deslizamentos, enchentes e perdas, e um aumento preocupante dos casos de COVID e da Influenza H3N2, a Bartira decidiu por demitir novamente por telegrama, sem qualquer aviso, 500 trabalhadores (o que representa mais de 1 em cada 3 funcionários), levando ao encerramento das atividades de 1 dos 2 turnos da fábrica que ainda estavam em atividade.
Em depoimento anônimo ao Diário do Grande ABC, um dos trabalhadores demitidos relatou:
"Tinha gente com dez, 20 anos de casa. Outros que estavam há menos de um ano. Para um grupo grande como a Via, nós somos apenas mais um número"
A Móveis Bartira é parte do conglomerado Via Varejo, hoje Grupo Via, que também controla empresas como as Casas Bahia, Extra, Ponto Frio. Segundo informações da própria empresa, a produção da Bartira representava 35% das vendas de móveis de sua rede.
A justificativa da empresa que circula entre os trabalhadores é a de que houve queda no faturamento, no entanto, a boa vida de empresários como Michel Klein, um dos principais acionistas do Grupo Via, segue intocada enquanto mais 500 famílias vão começar o ano enfrentando a crise e, agora, o desemprego.
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A Móveis Bartira, uma das maiores do país, iniciou 2022 demitindo 500 trabalhadores. 1 em cada 3 trabalhadores da fábrica recebeu a demissão por telegrama, enquanto empresários como Michel Klein seguem enriquecendo mesmo em meio à crise e o desemprego. #NenhumaFamiliaNaRua
— Maíra Machado (@MairaMRT) January 11, 2022
Por um plano emergencial em defesa dos empregos!
Frente a esse brutal ataque aos trabalhadores da Bartira, os trabalhadores não puderam contar com sua ferramenta, o sindicato, para organizar medidas de luta contra mais esse ataque da patronal. Pelo contrário, os trabalhadores demitidos receberam de seus representantes sindicais apenas uma espécie de “tapinha nas costas” e conselhos financeiros para se adaptar ao desemprego.
Atuando praticamente como extensão da patronal, o sindicato, segundo informações dos trabalhadores, tem enviado áudios aos demitidos lamentando o fato e recomendando cuidado nos gastos das verbas rescisórias devido às dificuldades para se conseguir um novo emprego ainda mais em meio à pandemia que segue. Um verdadeiro absurdo que demonstra a necessidade de retomar os sindicatos de volta para mão dos trabalhadores para que sirva como uma ferramenta de luta em defesa dos seus empregos e dos seus direitos.
É necessário uma ampla campanha em defesa dos empregos, em aliança com os milhares de desempregados, para que não sejam os trabalhadores a pagarem por essa crise
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