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1º de maio | Por atos internacionalistas e com independência para fortalecer as lutas em curso e derrotar a política de conciliação que fortalece a extrema-direita

Aproximamo-nos do dia internacional dos trabalhadores, data que remonta à luta de classes desde o século XIX. Uma data inspirada nas greves operárias que mobilizaram cerca de 350.000 manifestantes, em várias cidades dos EUA, pela redução da jornada de trabalho para 8 horas, numa época em que, nem mesmo as crianças, eram poupadas das extenuantes jornadas que chegavam a 16 horas diárias, tudo, é claro, em nome do lucro capitalista.

terça-feira 30 de abril | Edição do dia

As mobilizações massivas da época foram brutalmente reprimidas, com o ápice da reação do Estado capitalista ocorrendo em Chicago, onde explodiram uma bomba em meio a multidão e lideranças socialistas e anarquistas, dos movimentos organizados de trabalhadores, foram condenadas à morte, pelo poder judiciário, desse mesmo Estado burguês na América do Norte. De lá pra cá, passados mais de 100 anos, houve avanços e retrocessos nos direitos dos trabalhadores, que essa data também serve para nos lembrar, pautados sempre pelo motor da história: a luta de classes. Lembrando sempre a crescente urgência da necessidade de a auto organização dos trabalhadores para brigar por suas demandas em todo o mundo, demandas que não podem se limitar a conquistas de direitos para apenas reduzirem nossa exploração nesse sistema que nos devasta tudo. O dia do não pode ser deturpado pela ideologia dominante, a data, advém de lutas, que mantinham um horizonte de libertação total da nossa classe, com independência da burguesia que nos assola, e ela ainda é importante para não esquecermos da importância de se compreender que se nos organizamos de forma independente, sem conciliação com os inescrupulosos da classe dominante, podemos construir uma sociedade verdadeiramente livre no futuro. O primeiro de maio precisa ser útil para construir o máximo de organizações independentes desses governos financiados por bancos, e agronegócio, que tem como aliado as igrejas com isenção fiscal do governo que ocupam na Frente Ampla através da Bancada da Bíblia. A lembrança das lutas que devemos reviver com o dia do trabalhador, podem nos mostrar pela tradição da luta, que só a um caminho, contra as crises econômicas do sistema capitalista, sendo impostas aos trabalhadores, sempre a partir da supressão de direitos, em nome dos lucros de diferentes frações burguesas em suas disputas pela hegemonia da classe deles, fazendo a guerra e destruindo tudo, sempre unidos através dos governos dos Estados, garantidores da ordem de dominação sobre nós.

A data do 1º de Maio , portanto, se torna imperativa agora para agirmos também pela luta da memória pela consciência de classe e no Brasil não só pode, como deve servir para que trabalhadores na linha de frente das mobilizações em cada categoria exijam de suas direções sindicais a realização de assembleias, para elaboração de um plano de luta pela unificação das greves em curso e como parte da batalha pela revogação de todas as contrarreformas golpistas, do Arcabouço Fiscal elaborado pelo Fernando Haddad em substituição ao Teto de Gasto de Temer, porque essa política neoliberal, mantida pelo excelentíssimo ministro da economia, não faz, senão outra coisa, garantir os exorbitantes lucros bilionários dos banqueiros enquanto a miséria se alastra, o crack domina a situação dos moradores de rua nos centros urbanos, famílias sem teto se fazem vulneráveis, a prostituição e todo tipo de abuso se constituem inexoráveis contra mulheres e LGBTQIA+ nesse sistema patriarcal que fomenta todo tipo de covardia se aproveitando das situações de desigualdade quantos forem-lhe lucrativo, desigualdades inerente a economia capitalista porque é delas que a burguesia se alimenta, ainda mais sobre esta época de declínio neoliberal. Essa política econômica que faz demagogia chamando responsabilidade fiscal com relação ao pagamento da dívida fraudulenta a banqueiros enquanto tantos sofrem, é mesma que através do terceiro governo Lula, além de não cumprir com a reversão das privatizações anteriores, pós golpe de 2016, às continua, deteriorando cada vez mais as condições de vida dos trabalhadores.

Pois neste momento em que se torna cada vez mais imprescindível buscarmos uma saída consequente para o sofrimento das massas de forma independente de governos e dos patrões que intensificam a exploração sobre nós, da mesma forma que oprimem diferentes setores de nossa classe para manter esse sistema que se desdobra em crise desde 2008 e que busca saná-las impondo-nos guerras, ditaduras sangrentas, miséria, e aumento da extração da mais-valia, vemos, que cada vez mais, se sente a alta dos preços, os cortes de verbas na saúde e na educação, as privatizações e agora nos deparamos com o absurdo ataque do governo Lula-Alckmin, que representa o PL da Uberização, legalizando o trabalho precário no Brasil, destruindo o que restava de direitos trabalhistas para já estrebuchada constituição de 1988, num momento em que as contra-reformas dos anos de Temer e Bolsonaro seguem todas intactas e são aprofundadas pelo atual governo de frente ampla petista em decadência.

Sabemos do esforço das direções burocráticas das grandes centrais sindicais como a CUT, dirigida pelo PT e da CTB dirigida pelo PCdoB, com seus milhares de sindicatos associados, para esvaziar de significado e sentido do dia do trabalhador. Esse ano, afrontam-nos convidando grandes inimigos de nossa classe representado por figuras asquerosas da extrema-direita como Tarcísio, Ricardo Nunes, Lira e Pacheco para o 1º de maio em SP. Tentam, contra nós, fazer-se esquecida a conscientização de nossa união independente para luta, num momento de fim de lua de mel do governo Lula-Alckmin, marcado pelo início de uma primavera de mobilizações expressas por greves de diferentes setores, dentre os quais as de educadores em diferentes regiões do país, com destaque para os professores do Ceará que atropelaram as manobras da direção sindical burocrática dirigida pelo PT, PCdoB e PSOL e que levaram uma chuva de cadeiras sob xingamentos de pelegos ao tentar impedir que a categoria pudesse votar sua greve. Também dão enorme exemplo as greves dos técnicos administrativos que paralisam mais de 360 unidades educacionais entre universidades e institutos federais em todo o país, que obrigaram Lula convocar reunião extraordinária da mesa de negociação na tentativa de conter as crescentes paralisações com servidores rejeitando as propostas da ministra Esther Dweck. Foram importantes também as três greves dos metroviários de SP no ano passado contra as privatizações do transporte e da água contando com amplo apoio da população. Da mesma forma não se pode esconder e o dia do trabalhador deve servir de apoio nisso, das mobilizações dos trabalhadores da saúde no Rio Grande do Norte contra a precarização da vida de toda população, além das greves contra os fechamentos de fábricas em diversas cidades, são também modelos que nos mostram o caminho da luta operária se vivificando nestas greves fabris aumentadas pelas condições próprias das inevitáveis crescentes crises capitalistas rumo à barbárie caso esqueçamos o papel que podemos cumprir como classe interventora da história..

Mas se o dia do trabalhador é uma data internacional, que deve sempre inspirar a lembrança de lutas que construíram ideologias em seus processos que compreenderam a força do internacionalismo e importância da união proletária em âmbito mundial, o primeiro de Maio pelego da CUT dirigida pelo petismo, não cita em seus materiais qualquer menção ao massacre de famílias de trabalhadores árabes explorados e oprimidos na Palestina. Isso enquanto podemos ver que no exterior a luta de classes está longe de estar arrefecida, muito pelo contrário, no mundo inteiro trabalhadores e estudantes tem se organizado ocupando as ruas em defesa dos palestinos contra o massacre perpetrado por Israel respaldado pelo imperialismo dos EUA e governos europeus, numa conjuntura na qual, no Brasil, com sua Frente Ampla governista, mantém-se diversos acordos comerciais e diplomáticos com os sionistas, com o Estado brasileiro comprando as suas armas usadas pelas polícias que chacinam a população negra periférica em nosso país, e vendendo a eles nosso petróleo que abastece a sangrenta e brutalmente covarde colonização da qual dezenas de milhares de palestinos são vítimas, formadas principalmente, por mulheres e crianças inocentes, que não possuem em sua defesa outra saída senão contar com a crescente solidariedade internacional de nossa classe, como vem demonstrando as atuais manifestações massivas em capitais de diferentes países, com dezenas de universidades nos EUA sendo ocupadas por estudantes e professores em defesa do povo palestino, configurando uma nova onda de protestos anti-imperialistas ao redor do mundo que encorajam o endendimento, com cada vez mais força, da importância que os trabalhadores podem ter nos destinos da humanidade quando participam de forma ativa e organizada das disputas políticas.

Ao mesmo tempo, que no Brasil, a Frente Ampla governista mantém essas relações que contribuem com o massacre na Palestina, o Arcabouço Fiscal tem garantido os lucros bilionários dos bancos que nos exploram a partir de dívidas fraudulentas em detrimento do corte de investimentos de áreas fundamentais como saúde e educação que acarretam mortes e a precarização da vida da classe trabalhadora de conjunto além dos setores oprimidos que mais sofrem, como são os indígenas que através dessa política financiada também pelo agronegócio tem suas vidas ceifadas e seus territórios usurpados ao passo que nossas florestas se transformam em pasto e fontes de lucro extrativista durante meses sucessivos de recorde de temperatura que não param de se superar conforme a natureza é destruída pela ganância capitalista. Nesse cenário de destruição em rumo paulatino à barbárie a resistência dos trabalhadores não se faz ausente, apesar do esforço para que não falemos do aumento das lutas e mobilizações de diversas categorias e setores no Brasil e no mundo.

Nunca nos esqueçamo, o 1º de Maio não é o dia do trabalho, como tentam apagar o sujeito histórico forjado por nossa cultura, é o dia do trabalhador, o único a formar classe capaz de derrotar o capitalismo como constatou Karl Marx, no século XIX, a partir da análise dos processos da história da luta de classes, afirmando que o capitalistas criam seus próprios coveiros: a classe trabalhadora. Nesse sentido mais que nos mobilizar em nome da memória da luta que tentam apagar, como fez também Lula este ano, mais uma vez atuando com os militares numa segunda anistia, proibindo de forma e gravíssima os atos oficiais sobre os 60 anos do golpe militar de 1964. Precisamos fortalecer as mobilizações que ocorrem nesse momento unindo as diferentes categorias de trabalhadores, por atos classistas, de independência de classe fortalecendo as lutas que se intensificam nesse momento como será o ato encabeçado pela CSP-Conlutas, única central sindical que mantém posições de independência frente ao governo de frente ampla. É preciso que façamos nossos próprios atos independentes das centrais sindicais como a CUT e a CTB junto a nossos inimigos, um dia do trabalhador que contribua para levantar um programa que enfrente as contrarreformas, o Arcabouço Fiscal, as privatizações, as chacinas contra a juventude negra periférica e contra os povos originários, pelo fim do desmatamento, o fim da opressão contra as LGBTQIA+, no país em que mais se assassina essa população no mundo, pela luta contra o patriarcado opressor da mulheres que são maioria das terceirizadas em trabalhos precários que atinge cada vez mais nossa classe de conjunto. Mobilizemo-nos por um dia do trabalhador internacionalista, pela ruptura de todas as relações com o Estado artificial e terrorista de Israel que massacra os palestinos, pelo fim da guerra da Ucrânia, e que se possa unir com independência nossa classe para que sejam os capitalistas que paguem pelas crises que eles mesmos geram.




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