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59° CONUNE | Direção da UNE dá voz às forças do Estado burguês no CONUNE: lutemos por uma UNE independente

A burocracia majoritária da UJS, PT e Levante está fazendo do Congresso da União Nacional dos Estudantes um grande palanque para o governo de frente ampla e as instituições do Estado capitalista. Com uma programação repleta de ministros e reitores, tendo como grandes atrações um ato com Lula e a presença na mesa de abertura de Luís Roberto Barroso, o ministro do STF inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016, dão mais voz para aqueles que administram esse Estado burguês conciliando com a direita do que para aqueles que lutam contra os cortes na educação e os ataques dos capitalistas. Enquanto isso, milhares de estudantes, mesmo os que foram eleitos delegados, mal têm informações sobre a disponibilidade de ônibus para poderem chegar até Brasília e participar do congresso.

Odete AssisMestranda em Literatura Brasileira na UFMG

terça-feira 11 de julho de 2023 | 01:54

A burocracia da majoritária nunca escondeu de ninguém seu entusiasmo com a frente ampla, a UJS inclusive chegou a ir no fracassado ato do MBL durante o governo Bolsonaro para mostrar sua enorme disposição de conciliação. Agora buscam com esse CONUNE subordinar a juventude aos interesses do governo. Não existe uma única palavra sobre os ataques em curso como o Arcabouço Fiscal, sobre o governo ter dado mais de 360 bilhões para o agronegócio que defende ferrenhamente o Marco Temporal, ou sobre como a Reforma Tributária foi ao gosto dos banqueiros e garantiu uma isenção milionária para as igrejas que lucram com a fé do povo. Tudo o que vemos é muita comemoração a cada nova confirmação de uma figura do governo e das instituições do Estado.

A confirmação de Barroso e Flávio Dino na abertura do Congresso está sendo comemorada como algo histórico pela burocracia. Mas histórico mesmo está sendo o nível da subordinação da luta estudantil aos interesses do Estado capitalista. Quais contribuições um Ministro do STF como Barroso pode dar para organizar a nossa luta? A de como você pode se negar a dar o piso salarial para os trabalhadores da saúde que estiveram na linha de frente da pandemia? Ou a de como você pode articular um golpe institucional e ainda ser comemorado como um defensor da democracia? Já Flávio Dino vai contar como é benéfico para a luta da juventude fortalecer o aparato repressivo do Estado ao mesmo tempo que o governo não revoga o novo ensino médio? Ou vai contar como fortalece nossa luta liberar verbas para que um governador bolsonarista possa construir presídios enquanto está ocorrendo uma importante greve da educação pelo piso salarial que esse mesmo governador se recusava a pagar? Como ele fez com Cláudio Castro no Rio de Janeiro. Reitoras como Sandra Goulart da UFMG, vai nos contar como aprovar um código de punição contra os estudantes pode ajudar a luta pela permanência estudantil? Ou vai fazer uma dobradinha com Márcia Abraão, reitoria da UnB, para explicar porque deixar centenas de trabalhadores terceirizados serem demitidos já que eles são apenas postos de trabalho?

Se a burocracia está preparando um congresso em que os protagonistas são aqueles que administram os ataques capitalistas é porque querem que a juventude deposite sua confiança nas instituições do Estado burguês, buscando assim convencer os estudantes que nossa luta deve ser para melhorar a capacidade do governo atuar e que nossa formação seja pensada para atuar junto àqueles que administram esse sistema capitalista. Por isso, é tão necessário que tenha um setor que não aceite se resignar à miséria oferecida pelos capitalistas. Uma oposição que de fato se enfrenta com a burocracia majoritária, sendo independente do estado burguês e não parte do governo, como é as juventudes do PSOL. Uma oposição que ao contrário daquela que o governo gosta, como é a Correnteza/UP e o MUP/UJC/PCB, levanta um programa e uma política para organizar a luta estudantil combatendo a conciliação que abre espaço para a direita, e as burocracias que fazem de tudo para separar a luta dos estudantes da luta da classe trabalhadora, dos povos indígenas e dos movimentos sociais. Essa é a batalha que nós da Faísca Revolucionária, como uma juventude comunista e anticapitalista, levamos a frente com o Bloco por uma UNE independente dos governos e das reitorias.




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