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Nenhuma família na rua | Contra as 280 demissões no Instituto de Cardiologia de Poa. Todos ao ato na segunda (20)

Na última quinta e sexta-feira (16 e 17), o Instituto de Cardiologia de Porto Alegre demitiu em massa 280 trabalhadores, alegando ser por conta de uma suposta crise financeira. São 280 famílias jogadas no desemprego por decisão da burocracia hospitalar do Cardiologia que, em conjunto com o Ministério Público, decidiu despejar os ataques à saúde pública nas costas desses trabalhadores.

sábado 18 de novembro de 2023 | Edição do dia

Na última quinta e sexta-feira (16 e 17), o Instituto de Cardiologia de Porto Alegre demitiu em massa 280 trabalhadores, alegando ser por conta de uma suposta crise financeira. Entre os demitidos, estão inclusive trabalhadores que participaram da greve de enfermeiros pelo pagamento dos salários atrasados que ocorreu em julho e que o Hospital havia se comprometido a não demitir por oito meses. Em nota, o Instituto alega que as demissões fazem parte de um acordo com o Ministério Público para redução da folha de pagamento e justifica que “entende esse compromisso como medida imprescindível para a manutenção dos atendimentos e da qualidade técnica já reconhecida em todo o Estado.” Mas vale a pergunta: quem decidiu que era necessário demitir 280 trabalhadores? São 280 famílias jogadas no desemprego por decisão da burocracia hospitalar do Cardiologia que, em conjunto com o Ministério Público, decidiu despejar os ataques à saúde pública nas costas desses trabalhadores.

A alegação de que as demissões servirão para a manutenção e qualidade do atendimento é um verdadeiro absurdo. A verdade é que se trata de um duro ataque contra os trabalhadores da saúde e contra a população, principalmente a parcela mais pobre que já sofre para conseguir atendimento e ficará ainda mais desassistida. Para os trabalhadores que seguem no Instituto, a tendência é ficarem ainda mais sobrecarregados. O hospital já vinha apresentando falta de insumos, atrasando salários e está sem anestesista pelo SUS, contando somente por convênio.

Essa crise não afeta só o Cardiologia e é fruto da política de cortes que há anos estrangula o orçamento deixando a saúde em estado de emergência. Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul que leva à frente uma política neoliberal, é diretamente responsável por essa situação. Com o seu programa estadual Assistir tem cortado verbas da saúde e distribuído os insuficientes recursos arbitrariamente, baseado em uma lógica de produtividade. Essa política desastrosa tem superlotado as emergências dos hospitais de Porto Alegre e região metropolitana, os que estão sendo mais diretamente afetados. Inclusive ontem (17), o Hospital de Clínicas de Porto Alegre divulgou novamente estar com 162 pacientes para 56 leitos.

Essa política estadual se apoia na do governo Lula-Alckmin que, para agradar banqueiros e empresários, não só cortou verbas da saúde, como também criou e aprovou o PL que permite o não pagamento do piso constitucional da saúde em 2023. E esse mesmo governo é o autor do Arcabouço Fiscal, novo teto de gastos que assegura que o governo invista menos do que arrecada para garantir o chamado “superávit primário”, a diferença entre arrecadação e investimento destinado ao pagamento da fraudulenta dívida pública. Essas mesmas medidas encorajam empresários parasitas das grandes redes de saúde privada a demitirem trabalhadores da enfermagem que lutam pelo piso salarial da categoria.

Isso demonstra a responsabilidade dos governos em cada fila de espera para atendimento em saúde, superlotação e casos trágicos em que as pessoas chegam ao óbito. Nesse sentido, para reverter esse quadro de precarização, somente as e os trabalhadores, aliados aos usuários do SUS, confiando em suas próprias forças podem oferecer uma saída contra todas as demissões e por readmissão já na luta por um SUS 100% estatal, de qualidade, com financiamento adequado e controlado por trabalhadores e usuários. O Sindisaúde, sindicato da categoria, está convocando um ato para segunda-feira às 8:45hs, no Instituto de Cardiologia, contra as demissões. Nós do MRT e do Esquerda Diário chamamos a todes para se somar ao ato e ser parte desta importante luta. Nenhuma família na rua!




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