Um estudo realizado nos Estados Unidos, pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) apontou que adolescentes homossexuais têm mais chances de serem vítimas de estupro e/ou agressões do que os heterossexuais.
quarta-feira 17 de agosto de 2016 | Edição do dia
É a primeira vez que se realiza uma pesquisa de abrangência nacional no país norte-americano a respeito do tema. O estudo ouviu, de forma anônima, mais de 15 mil jovens pelo país.
Os dados levantados a partir da resposta dos adolescentes mostram, por exemplo, que cerca de um terço dos estudantes LGBT sofreram bullying no colégio, contra cerca de 20% dos estudantes heterossexuais. Já a taxa de tentativas de suicídio nos 12 meses anteriores à pesquisa, foi de cerca de 25% entre os homossexuais, o que é quatro vezes mais alta do que entre os heterossexuais. A taxa de adolescentes que relataram ter sofrido um estupro, em algum momento da vida, também foi quatro vezes maior entre gays, lésbicas e bissexuais do que entre os demais adolescentes.
Durante muitos anos, grupos e ONGs vêm denunciando a frequência de bullying e ostracismo entre adolescentes homossexuais, que é muito maior e que se desdobra a maiores riscos de enfrentar outros muitos problemas. Antes, as pesquisas governamentais eram limitadas a poucas cidades e estados, já esse novo estudo, incluiu também estudantes de áreas rurais e outras partes dos Estados Unidos.
"Essa é a primeira vez que podemos dizer que em todo o território nacional existem desafios consistentes enfrentados pela juventude lésbica, gay e bi", afirmou David W. Bond, do Trevor Project, uma organização nacional de prevenção ao suicídio focada em jovens gays, lésbicas, bissexuais e transgênero.
Veja alguns dos dados levantados pelo CDC:
O estudo realizado nos EUA aponta de forma bastante concreta os riscos a qual a população LGBT recorrentemente esta exposta, isso no próprio ambiente escolar, que é parte estrutural de uma formação social excludente e opressora, com aqueles a qual não se encaixam aos padrões heteronormativos, e diariamente, são violentados por isso.
Já no Brasil, o país que mais mata travestis e transexuais do mundo, bem como permanece como um dos países mais perigosos para a população LGBT viver, não há nenhum tipo de tendência por parte desse governo golpista e reacionário de se realizar pesquisas que deem visibilidade a esta questão de machismo e homofobia, e consequentemente, de saúde pública. Na verdade, o que se observa, é justamente as ações seguirem sentido contrário, uma vez que se vê retornar pautas tão retrogradas e absurdas, como é o caso da Cura Gay, bem como do projeto de lei Escola Sem Partido, que busca aprofundar ainda mais o abismo de opressões e violações, uma vez que não se permite dizer, nem discutir e quem dirá refletir acerca das múltiplas possibilidades de vivencia de nosso gênero e sexualidade, e que consequente a isso, permanece a invisibilizar e marginalizar as pessoas que não se enquadram nessa logica limitada e violenta, que é a lei da heterossexualidade.