Trabalho desde os 14 anos e tive vários trabalhos precários. Já trabalhei em buffets infantis como monitora, garçonete e até me fantasiando de animais, já trabalhei em caixa de restaurante, em locadoras de videos, entre outros.

Nestes empregos conheci o que é o trabalho precário, as jornadas exaustivas, os baixos salários, a humilhação. A única coisa boa que tinha era os colegas (alguns se tornaram amigos pra vida inteira) que sempre fazem aquele dia a dia triste e cinzento se transformar em boas risadas e diversão. Mas o fato é que cada vez mais é a juventude trabalhadora que é obrigada a ocupar os postos de trabalhos mais precários.

Falam pra gente que sem experiência não querem nos contratar, e com esse argumento os jovens sempre vão ter dificuldade de conseguir o primeiro emprego. Os estágios também são uma forma de pagar menos e usar o nosso trabalho da mesma forma, supostamente pra gente "aprender", mas quem é estagiário sabe que não é nada disso.

Nos fast foods, telemarketing, fábricas, os motoboys, na limpeza, são muitos os trabalhos precários em São Paulo, e a juventude acaba se vendo sem futuro, já que pra conseguir estudar tem que gastar quase todo seu salário nas universidades privadas, já que as públicas tem o vestibular pra impedir os jovens negros e trabalhadores de entrar. Isso impõe uma dinâmica de vida onde a diversão, arte e cultura não tem vez, já que o jovem se divide entre a jornada de trabalho e o estudo, muitas vezes tendo que se preparar para as provas dentro do superlotado transporte público de São Paulo. Nem falar nas jovens mães que encaram uma tripla jornada.

Precisamos juntos acabar com o trabalho precário da juventude . Emprego para toda a juventude, com redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais.