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Terceirização UFRN
"Precisamos alimentar nossos filhos", diz terceirizado sem salário da UFRN
Redação

Mais uma vez terceirizados da UFRN estão com salários atrasados. Os trabalhadores da construção civil, contratados pela terceirizadas D&L, estão sem previsão para receber o seu pagamento. A empresa e a reitoria empurram a responsabilidade uns para os outros, enquanto as famílias desses trabalhadores não conseguem pagar as contas, acumulam dívidas e não conseguem alimentar seus filhos.

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Uma realidade que atinge todos os trabalhadores da construção civil da empresa D&L no Rio Grande do Norte, chegando a todos os campi da UFRN. Conversamos com um representante dos trabalhadores da Construção Civil, que nos deu o seguinte relato:

“A gerente da empresa alega que não tem previsão de pagamento, talvez esse mês nem saia o pagamento mais. E os nossos filhos estão precisando de alimento. Infelizmente, a realidade é essa dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, junto das empresas de terceirização. Tem vários aspectos que tão devendo com a gente”

No ano passado, os terceirizados da limpeza e manutenção realizaram paralisações e atos na UFRN pelo pagamento dos salários que atrasaram por mais de 10 dias, chegando às vésperas do Natal com ameaça de despejo às famílias desses trabalhadores.

É um absurdo que novamente que a UFRN, que se apresenta produtora de conhecimento de excelência, esteja baseada nesse tipo de trabalho ultra precário e com situações constantes de atraso de pagamento dos trabalhadores que fazem a universidade funcionar. Já vimos esse início de ano, com uma série de casos de trabalho escravo sendo denunciados, vinculados a contratos de empresas terceirizadas, o quanto a terceirização é porta de entrada para esse tipo de trabalho. Uma realidade que se aprofunda com a aprovação da Reforma Trabalhista, assim como a Lei de Terceirização Irrestrita pelo STF.

Junto à empresa terceirizada, a reitoria é responsável por esse tipo de situação, independente de ter realizado o pagamento a empresa, pois se aproveita da terceirização para pagar menores salários e direitos aos trabalhadores, que deveriam ser efetivados com os mesmos direitos que qualquer servidor público federal.

Esse ataque aos terceirizados acontece em meio à luta dos estudantes pelo reajuste de bolsas vinculadas à UFRN, que seguem congeladas à 10 anos, com os estudantes cumprindo a função de servidores nas bolsas de apoio-técnico, sob constante ameaça de punição por lutarem, e que já significou a demissão de dois desses bolsistas. Junto à luta dos transportes, a mobilização dos estudantes se enfrenta com a reitoria que descarrega a crise nas costas dos setores mais precários da universidade, como os bolsistas, mas também os terceirizados. Por isso, a luta pelas bolsas, pelos transportes e por permanência, é uma só com a dos terceirizados contra a precarização do trabalho na UFRN.

Erika Thuanny, estudante de Ciências Sociais e militante do movimento de mulheres comunistas Pão e Rosas, declarou ao Esquerda Diário: "É revoltante encontrar com os terceirizados nos corredores e saber novamente que estão passando dificuldade por que a empresa não pagou e a reitoria não se responsabiliza. Tem criança sem fralda, sem comida, a luz cortada nas casas e ameaça de despejo. Todo estudante que defende uma UFRN a serviço dos trabalhadores e que não tolera a precarização do trabalho na nossa universidade, deve cercar de solidariedade a essa luta, junto aos docentes e servidores, exigindo o pagamento imediato dos salários. O DCE e os CAs devem colocar todos os esforços necessários para expressar apoio ativo dos estudantes à luta dos terceirizados, batalhando pela unidade com a luta dos bolsistas. Faço um chamado em especial ao Centro Acadêmico de Ciências Sociais, que convoque os estudantes do nosso curso a estarem ombro a ombro de todo dia de mobilização desses trabalhadores. Extendo a esse chamado ao conjunto do Movimento de Bolsistas, para que possamos levar delegações aos canteiros de obras, unir nossa campanha pelo reajuste e contra às punições à defesa do pagamento dos salários, pois essa universidade não funciona sem os bolsistas e principalmente sem os terceirizados"

Desde o Esquerda Diário estamos impulsinando uma campanha contra a terceirização e a precarização do trabalho, junto ao grupo de mulheres Pão e Rosas e a intelectuais como Ricardo Antunes e o juiz Souto Maior, em cada local de trabalho e estudo pelo país, assim como na UFRN. Colocamos o nosso jornal a disposição de todo trabalhador terceirizado que queria realizar a sua denúncia anônima contra essa situação absurda, cuja responsabilidade é da reitoria e da empresa terceirizada, e de todo governo que se recusa a revogar as reformas trabalhista e a lei de terceirização irrestrita. Assim como a todo bolsista, em especial que esteja sendo ameaçado ou chantageado na sua bolsa, para que possa ser uma ferramenta contra o assédio da reitoria e seus representantes.

 
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