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O frio mata de fome
Inflação a 7% por geadas: pelo confisco e distribuição dos estoques de alimentos!
Taciana Garcia

As baixas temperaturas dos últimos dias, além de impactarem diretamente na vida da população em situação de rua, afetam também a população mais pobre que além do frio sofre com o aumento da inflação dos alimentos.

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As geadas dos últimos dias impactam na inflação dos alimentos, que já anda bem elevada. As previsões para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), vem sendo revistas diante das baixas temperaturas e seus impactos na produção. As estimativas chegam a ultrapassar os 7%, quase dois pontos percentuais acima das previsões do Banco Central. Caso esta estimativa se confirme, o país registrará maior inflação desde de 2015, quando foi de 10,67%.

As estimativas de aumento de preços de 3,5% caem por terra diante da situação atual. Só a gasolina deve ter aumento de aproximadamente 24,5%. Além da crise hídrica que nos últimos tempos tem sido motivo de enorme preocupação. Vimos no último período um enorme aumento nos preços dos itens básicos para a sobrevivência, como arroz, óleo, carne, gás de cozinha além da energia elétrica.

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A inflação corre o risco de aumentar com o reajuste dos preços da conta de luz

As baixas temperaturas, que podem ser relacionadas a fenômenos naturais, impactam a vida da classe trabalhadora para além do “natural”. Os impactos na produção dos alimentos são concretos, entretanto, o agronegócio tem previsão de lucros de mais de um trilhão em 2021. Os impactos nos preços, que vem aumentando com a crise agravada pela pandemia e que se aprofundam por conta das baixas temperaturas, recairão sobre os ombros da classe trabalhadora, e não dos empresários bilionários do agronegócio.

Como tem se tornado mais claro a cada dia, são os trabalhadores e a população mais pobre que vêm pagando pela crise. As reformas, como a trabalhista e da previdência, além das medidas emergenciais da pandemia ou diretamente o aumento nos preços dos itens básicos para a sobrevivência, atacam diretamente a classe trabalhadora às custas da manutenção do lucro dos patrões e dos privilégios da alta casta da política.

A situação de miséria e fome que se instaura e se aprofunda com as baixas temperaturas escancara mais uma vez a podridão do capitalismo. Enquanto pessoas morrem de frio há lojas expondo cobertores, enquanto pessoas morrem de fome, toneladas de comida são jogadas fora todos os dias. Esse é o retrato mais cruel desse sistema. Contra a irracionalidade capitalista e para enfrentar a fome, é necessário lutar pelo congelamento dos preços dos alimentos e pelo confisco e distribuição de todos os estoques do agronegócio, sem indenização.

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A luta por essas demandas deve ser parte do enfrentamento não só ao reacionário governo Bolsonaro, com seu vice Mourão, mas também contra todo o regime político fruto do golpe institucional e seus ataques aos trabalhadores. Isso não se dará através de novas eleições, muito menos pelo impeachment, que colocaria no poder Mourão, racista adorador da ditadura.

A disposição de luta que tem se expressado nas ruas nos últimos meses, mas também nas pequenas greves e focos de resistência operária pelo país, como foi a do metrô, ou a da CPTM, e atualmente como é a da MRV em Campinas, com 700 trabalhadores em greve por seus direitos, precisa ser combustível para exigirmos que as centrais sindicais organizem todas as categorias de trabalhadores em conjunto. É necessário um plano de luta que prepare uma greve geral, reivindicando direitos básicos, como teto e comida, mas também para ir por mais, derrubar Bolsonaro, Mourão, enfrentar todo o regime e impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que nos permita de fato questionar o governo burguês, por um governo de trabalhadores em ruptura com o capitalismo.

Entenda melhor: Como fazer para impor uma nova assembleia constituinte, que seja livre e soberana?

ED 5 minutos - 700 trabalhadores da MRV Campinas em greve

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