Imagem: Waldemir Barreto/Agência Senado

A PEC proposta pelo governo é uma tentativa de abrir espaço no Orçamento para o pagamento do projeto de Bolsonaro de uma nova versão do Bolsa Família, que está prevista para abrir margem para R$40 bilhões no Orçamento de 2022.

O aumento das despesas previstas com os precatórios ocupou a margem que seria disponibilizada para o novo Bolsa Família, e a proposta tem o intuito de permitir parcelar o valor dos precatórios. Poderão ser pagas com uma fração do valor em 2022 e mais nove parcelas anuais.

Leia também: O Brasil à venda: as privatizações no governo Bolsonaro

Os precatórios, cujos pagamentos serão adiados, são dívidas públicas do governo reconhecidas pela Justiça e para as quais não é mais possível recorrer.

A proposta é mais uma medida que, revestida da aparência de renovada assistência social, busca adiar os efeitos da dívida pública em uma tentativa de aumentar a aprovação do governo Bolsonaro para as eleições de 2022.

Bolsonaro fala de programas sociais como o novo Bolsa Família ao mesmo tempo que aplica reformas e impulsiona as privatizações da Eletrobrás e dos Correios que, atacam os direitos dos trabalhadores. Privatizações e reformas que são utilizadas com discurso de "reduzir" gastos públicos, não tocam na dívida pública(maior gasto do Orçamento) nem no privilégios do militares e políticos. Medida de parcelamento dos precatórios, se insere na crise política do governo e procura da reeleição de Bolsonaro.

Veja mais: Bolsonaristas vão às ruas para defender discurso golpista