Foto: Carlos Osorio / Reuters
Segundo o jornal Folha de S. Paulo com base em contratos públicos do Ministério da Saúde e de depoimentos na CPI da Covid, as 70 milhões de doses da Pfizer que poderiam ter chegado ao Brasil em dezembro de 2020 se não tivessem sido rejeitadas por Bolsonaro e Pazuello foram oferecidas pela metade do preço.
A farmacêutica chegou a oferecer cada dose por US$10. Nos EUA e Reino Unido cada dose custou US$20. Na União Europeia o preço foi de US$18,60.
Longe de uma preocupação com a saúde dos brasileiros, a oferta da Pfizer se deu pelo interesse de ter seu imunizante aplicado em larga escala em um país continental que tem um sistema de saúde especialista em vacinação como é o SUS. Para a Pfizer, a imunização no Brasil significaria uma espécie de terceirização de estudos acerca da vacina contra a Covid, o que a colocaria melhor na corrida que segue entre grandes farmacêuticas.
No entanto, quando o general e ex-ministro da saúde Eduardo Pazuello diz que rejeitou as doses porque considerou a proposta agressiva e o preço alto, sua preocupação sequer estava em se contrapor à ganância capitalista da indústria farmacêutica. A distância entre a primeira oferta da Pfizer e a chegada dos imunizantes ao Brasil foi de oito meses, nos quais milhares de vidas foram perdidas.
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