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ELEIÇÕES 2022
O que só os marxistas revolucionários te contam sobre Lula 2022
Gabriel Brisi

Em abril deste ano, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Lula voltou a ser uma opção para as eleições de 2022. Após vinte anos de sua primeira eleição, será a “volta triunfante” de Lula ou mais uma vez estão tapando a crise com panos quentes e tentando manter a classe trabalhadora petrificada sem lutar? Isso só os marxistas revolucionários te contam sobre “Lula 2022” e sua aliança com os golpistas.

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

Enquanto a juventude tomava as ruas no 29M, em uma luta contra os ataques à educação pública, que vai de encontro com a agenda de privatizações e reformas desse governo golpista. Lula senta com os empresários e pede para eles não terem medo, mostrando que a prioridade ainda vai ser o lucro capitalista, sem citar em nenhum momento os ataques as reformas econômicas que pesaram sob a classe trabalhadora nos últimos anos, como a PEC do teto dos gastos, a reforma trabalhista e da previdência, Lula e o PT voltam a corrida eleitoral para administrar o capitalismo brasileiro, mesmo isso significando perdoar todos os golpistas e travar as mobilizações da classe trabalhadora para que os empresários não tenham medo.

Em meio a pandemia onde já são 470 mil mortos pelo coronavírus, tirando aqueles que amargam o desemprego e a fome todos os dias, não é ao lado de FHC, Sarney e os demais golpistas que vamos superar essa crise. Precisamos ter como espelho nossos vizinhos na Colômbia que mostram um forte exemplo de como se enfrentar com um governo reacionário que quer aplicar ajustes econômicos e descarregar a crise capitalista nas costas dos trabalhadores.

Por isso precisamos ter em perspectiva que a saída não vai se dar em 2022, como as centrais sindicais como a CUT dirigida pelo PT apontam, mas sim por fortes mobilizações da classe trabalhadora. Para enfrentarmos Bolsonaro, Mourão e os golpistas precisamos lutar desde já, contra todos os autores do golpe institucional e não perdoá-los, como propõe Lula em seus discursos conciliatórios. As centrais sindicais e também a UNE separaram os dias de luta entre o dia 26 e 29, ao invés de unificar estudantes e trabalhadores, pois tem uma estratégia que busca canalizar o nosso ódio a Bolsonaro para as eleições.

Em nenhum momento Lula fala sobre os ataques a classe trabalhadora, o que mostra que para barrarmos as reformas e as privatizações, precisamos de mobilizações fortes da nossa classe e lutar por uma assembleia constituinte livre e soberana, onde os trabalhadores possam’ votar uma nova constituinte e assim barrar os ataques e avançar em sua auto-organização. Olhando para a necessidade de barrar as novas reformas e reverter as já em curso, Lula 2022 não responde a nada disso, na verdade é mais um dos autores a paralisar a mobilização da nossa classe, como já é a política petista há anos, nos sindicatos que dirige e às greves e mobilizações traídas.

Os governos do PT foram caracterizados por uma política que favorecia banqueiros e grandes empresários, foi nessa época que os bancos nunca ganharam tanto, através do serviço da dívida pública, concedendo medidas voltadas ao consumo com crédito, aumento de salário e programas sociais focalizados aos trabalhadores. Esse frágil pacto tinha como pano de fundo uma ascensão econômica não mais existente, depois de 12 anos de crise capitalista mundial não resolvida. As condições políticas e sociais não são as mesmas, dificultando os termos da balança para a conciliação entre as classes e o chamado “centrão” sabe disso e exigirá de Lula ainda mais do que aplicou em seu governo, como a reforma da previdência de 2003. É por isso que para conseguir apoio, o presidenciável tem dito que conversará com “latifundiários e sem terra”, mas ainda mais uma situação de crise econômica, política e social, a crise recairá sob os mais pobres, como tem sido a tônica dos últimos anos, com Bolsonaro aprofundando a dura agenda de reformas realizadas por Temer.

O golpe institucional e sua prisão arbitrária que interferiu diretamente nas eleições em 2016 são parte de um plano para descarregar a crise nas costas dos trabalhadores, aplicando ajustes que o PT não seria capaz. Agora com as próximas eleições, setores do empresariado esperam ajustes ainda mais duros com Bolsonaro e o próximo governo siga essa agenda.

O que só os marxistas revolucionários te contam sobre Lula 2022 é que, o salvador da nossa classe não virá nessas eleições, pois ele só pode ser a própria classe trabalhadora. Lula e o PT estão mais juntos com a burguesia do que nunca, não podemos cair no imaginário saudosista que se forem eles a administrar o capitalismo brasileiro sairemos da crise, muito menos cair na ilusão que Lula vai gerir o país e dar uma saída por fora do capitalismo.

 
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