A Coalizão Negra por Direitos está convocando atos em todo o país para o dia 13, nesta quinta-feira. Em nota divulgada nas redes: "Convocamos os setores da sociedade brasileira que não aceitam a barbárie e o genocídio imposto pelos governos milicianos que dirigem o país e diversos estados, para se unir à Coalizão Negra Por Direitos, na próxima quinta-feira, dia 13 de Maio, marca histórica da abolição inacabada, em manifestações por todo país."
O ato em Campinas será às 18h no Largo do Rosário.
Fazemos aqui um amplo chamado a todes estudantes que se revoltaram com essa brutal chacina racista para se somarem na luta contra a violência policial e a impunidade. Em Campinas, última cidade do país a abolir a escravidão, também vemos o racismo e a brutalidade da polícia, como no caso do assassinato de Jordy, morto a tiros pela Guarda Municipal, no ano passado.
Na Unicamp, são os estudantes negros que terminam sendo excluídos pelo EaD imposto de maneira autoritária pela reitoria; os principais afetados pelos novos critérios de bolsa que Knobel tentou impor e só não conseguiu pela mobilização dos estudantes. São as negras e negros, que trabalham como terceirizados, ocupando os postos mais precários, morrem de Covid, como foram os casos de Edvânia e Lurdes, porque foram obrigadas a ir ao trabalho em meio a pandemia, e sofrem constantemente com o risco de demissão, como aconteceu na pandemia inteira e está acontecendo agora. São demonstrações do racismo que é dominante em nossa sociedade e nossa universidade, uma das mais elitistas do país.
É preciso fortalecer a unidade e a auto organização dos estudantes para batalhar contra o racismo e também contra o projeto que Bolsonaro leva a frente, de precarização da educação, aplicando cortes absurdos nas universidades, como está acontecendo na UFRJ e também na UNIFESP, mas que já sinaliza para avançar em muitas outras instituições.
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A chacina do Jacarezinho e todos esses ataques são também são uma expressão do regime do golpe institucional de 2016 que só fez aprofundar a violência e repressão estatal por meio da polícia. Todos os atores do golpe, como Bolsonaro e seu vice Mourão, o centrão, governadores como Doria e o STF - todos estão juntos quando o assunto é precarizar e matar de fome, Covid ou pelas balas da polícia a juventude negra e descarregar a crise nas costas da classe trabalhadora.
Por tudo isso, é fundamental fortalecer essa luta de todas as maneiras. Nesse sentido, nós do Coletivo Faísca Anticapitalista e Revolucionária e do grupo internacional de mulheres socialistas Pão e Rosas, ambos impulsionados pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), fazemos um chamado ao DCE, dirigido pela UJS, a juventude do PCdoB, que também dirige a UNE e a todos os CAs, que mobilizem os estudantes desde cada sala de aula, para conformar um bloco unitário do movimento estudantil da Unicamp contra a violência policial e pelas vidas negras. Chamamos em especial o PSOL, que é majoritária no CACH, e o PCB, para fortalecer esse chamado.
É fundamental que o movimento estudantil batalhe pelo Fora Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas, sem depositar nenhuma confiança no judiciário racista e golpista, bem como pelo fim das operações policiais e da impunidade. É preciso exigir uma investigação independente, a partir dos movimentos de direitos humanos, negros e sindicatos para que os culpados sejam julgados por um júri popular. Pelo fim dos autos de resistência que não passam de uma justificativa para o massacre da população negra! Nós da Faísca e do Pão e Rosas não acreditamos que seja possível reformar ou criar controle social sobre a polícia, defendemos o fim de todas as polícias, que não passam de cães de guarda da propriedade privada burguesa.
Justiça para os mortos do Jacarezinho!
Abaixo a polícia racista!
Vidas Negras Importam!
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