1- Diferentes épocas para pensar o presente
A ditadura militar no Brasil, que neste ano completou 57 anos do seu início, foi um período marcado pela perseguição a sindicatos e entidades estudantis, censura às artes, prisões, torturas e assassinatos. Porém, também por fortes levantes operários, pela luta por reforma agrária dos camponeses e pela organização dos estudantes.
As produções artísticas, foram um dos campos que mais assumiu a ruptura e transgressão como ideal, tanto estética quanto comportamental. Era alvo de diversas censuras por esse caráter de subversão e denúncia da realidade. Retomar a história e refletir quais heranças da ditadura perduram hoje assim como a arte enquanto parte da contestação da realidade é muito importante para pensar os desafios de hoje.
2- É preciso lutar contra a Lei de Segurança Nacional
A Lei de Segurança Nacional é um dos autoritários resquícios da Ditadura Militar Brasileira. Promulgada em 1983, pelo último dos militares que presidiu o país, ela seguiu presente na constituição de 88 até hoje, permitindo interpretações “ao gosto do leitor”, e virando instrumento de perseguição contra opositores do governo.
Com o avanço do autoritarismo do regime brasileiro desde o golpe de 2016 e seu aprofundamento no governo Bolsonaro e Mourão, vemos a escalada no uso da Lei de Segurança Nacional, criada para reprimir e perseguir opositores. Além disso, cresce os casos de censura e criminalização a artistas. Devemos resgatar o que há de mais combativo e disruptivo nas histórias dos artistas que não se deixaram calar e levemos o seu forte legado de luta à frente.
3- Porque contará com a presença de três professoras, artistas e pesquisadoras
A atividade contará com mediação de Giovanna Pozzi, colaboradora do Esquerda Diário, representante do CA de teatro da UFRGS e militante da Faísca Revolucionária.
Ela vai trazer pra nós o debate com as professoras:
Juliana Wolkmer - Atriz, professora e pesquisadora; doutoranda e mestre em Artes Cênicas UFRGS; especialista em Pedagogia da Arte e graduada em Teatro e História; impulsionadora do canal "História do Teatro"
Anna Karina - Professora da EBA-UFMG, mestre em Artes e doutora em Comunicação Social; pesquisa sobre a potência poética e política do vestígio nos domínios da fotografia e do cinema; co-editora da revista Devires - Cinema e Humanidades
E Luciana Prass - Violonista, etnomusicóloga e professora da UFRGS; mestre e doutora em música pela UFRGS; pesquisadora de práticas musicais afro-descendentes no RS; e vice-presidenta da Associação Brasileira de Etnomusicologia (ABET).
4- Pela memória da luta contra a extrema direita e as heranças da ditadura
Bolsonaro e seu governo de extrema direita, além dos militares, convocaram várias vezes a "comemorar" o nefasto golpe militar de 1964. Recentemente Mourão, o vice-presidente, comemorou o golpe e levou adiante a falsa narrativa militar da “revolução de 64” onde trariam democracia e ordem para um país desordenado. Não só devemos repudiar essas celebrações absurdas como resgatar a história do massacre que significou esse período. Investigar as heranças desse golpe de classe da burguesia contra as massas trabalhadoras que atuam nos dias de hoje, como a já citada Lei de Segurança Nacional. Tudo isso resgatando os bravos exemplos do passado e pensando como no atual reacionário governo podemos organizar nossa luta e reafirmar e relocalizar o papel da arte.
Não esquecemos nem perdoamos.
Nos vemos todes nessa mesa de debate na próxima terça-feira, dia 04/05, às 18h, no canal do YouTube "Descurso das Artes".
Confirme presença no evento e receba o link em breve: https://fb.me/e/2kDsktpCZ
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