Esses panelaços demonstram o rechaço e a indignação da população não só por Bolsonaro mas também por Moro que foi um pilar central de sustentação do governo durante todo esse ano. Vimos isso nos panelaços que se deram por todo o país enquanto Moro anunciava a sua demissão, expressando toda uma parcela da população que não esquece o papel de Moro no golpe institucional e também que Moro foi fundamental para o Clã Bolsonaro, blindando sua família das investigações sobre Fabrício Queiroz e encobrindo dezenas de atos antidemocráticos de Bolsonaro.
Nesse momento Sérgio Moro decide se debandar do bolsonarismo apenas para não ter a sua imagem vinculada com a do presidente agora que toda a sua sujeira vem cada vez mais a tona escancarando mais ainda a crise do governo.
Ao mesmo tempo se mostra crescente a indignação popular com as políticas de Bolsonaro, as políticas de Moro, com a Lava Jato, e com todo o projeto econômico de reformas que vimos ser aplicado desde o golpe institucional de 2016, que significaram a profunda precarização do trabalho e das condições de vida da população. É por conta disso que estão sendo chamados uma série de panelaços pelo país hoje durante os pronunciamentos na TV aberta.
Mas não podemos de jeito nenhum deixar com que todo esse ódio seja canalizado por uma saída pela via institucional, que concentra todos os atores do golpe institucional e as peças fundamentais de todos os ataques que foram aprovados contra a classe trabalhadora, como o Rodrigo Maia, o STF e os governadores.
Por isso precisamos canalizar todo esse ódio e indignação com o bolsonarismo pela consigna de “Fora Bolsonaro, Mourão e os militares” mas também lutando por uma saída independente das vias institucionais e realmente democrática como uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana, para que o próprio povo possa opinar e decidir sobre os rumos do país em meio a crise política e econômica e também para poder dar uma saída real para crise do coronavírus.
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