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Demissões | Um Comando de Greve Unificado das 4 fábricas poderia ter unido e fortalecido a luta contra as demissões na LG

“Dividir para conquistar”, um ditado popular bastante conhecido, e também bastante real. Construir um comando de greve unificado em um processo como esse é determinante para a vitória, as patronais sabem da força dos trabalhadores e por isso os dividem.

sábado 1º de maio de 2021 | Edição do dia

“Dividir para conquistar”, um ditado popular bastante conhecido, e também bastante real. Esse mês de abril as trabalhadoras efetivas e das empresas terceirizadas entraram em greve devido ao fechamento da fabrica e a ameaça de demissão de 1000 trabalhadores. Construir um comando de greve unificado em um processo como esse é determinante para a vitória, as patronais sabem da força dos trabalhadores e por isso os dividem. Nesse caso a mesma patronal coreana dividiu a produção entre 3 empresas terceirizadas e a LG, além disso dividem os sindicatos que representam cada setor: a CUT nas efetivas e a CONLUTAS nas terceirizadas.

A força que as trabalhadoras das terceirizadas mostrou a já quase um mês em greve, fazendo atos, piquetes e irredutíveis para garantir seus direitos, somado a disposição que as efetivas da LG mostraram durante o processo, chegando inclusive a votar contra a direção sindical da CUT uma proposta para enterrar o conflito sem que atendesse a demanda das trabalhadoras, mostram a importância de um comando de greve unificado onde as pautas da greve fossem discutidas em comum e somasse as forças, justamente impedindo a divisão e o enfraquecimento da luta de todas.

Um dos principais responsáveis para impedir essa unificação foi justamente a direção sindical da CUT, que impediu que se realizasse assembleias comuns e não fez nada para que as trabalhadoras tivessem a confiança de que a luta poderia ser por muito mais do que apenas indenizações. Incentivando um sentimento corporativista, um “cada um por si”, dividindo a migalha oferecida por uma empresa com lucros milionários.

Comandos unificados de greve e dirigidos pelos trabalhadores da base da categoria seriam a resposta oposta a toda orientação da CUT. Colocando os trabalhadores que estão na luta para definir as suas próprias pautas, métodos de luta e organização. Votando democraticamente cada passo a se dar. A força dessa greve mostrava que era possível impedir as demissões, caso se unificasse entre as 4 fabricas, e buscasse a unidade com outros setores em luta, como da saúde, transporte, dialogando com a sociedade e buscando um apoio popular, num momento tão dramático da pandemia, onde além das mortes pelo vírus, as pessoas estão sofrendo com o desemprego e a fome, que volta a assombrar o país.

A organização de base coloca os trabalhadores a frente de resolver cada problema que se apresenta num processo de luta, ao contrário das direções burocráticas dos sindicatos, que mantém a divisão, e a passividade. Um comando poderia pensar medidas para impedir o isolamento da luta, massificar e dialogar com a sociedade através de atos, panfletagens, cortes de rua e todas medidas originais que poderiam ser pensadas, é fundamental para jogar a opinião pública contra a patronal e os governos.

Essa lição que o processo vem mostrando é fundamental para todos trabalhadores nas próximas lutas, se não arranca a direção do conflito das mãos das burocracias sindicais, como a CUT, o processo esta fadado a ser desviado ou dividido, uma vez que essas direções sindicais não tem intenção de travar uma batalha de classe, mas sim de se manter no aparato sindical no qual detém benefícios materiais – como ser dispensado do trabalho no chão de fabrica.

Inclusive em comando de base, os trabalhadores podem pensar para onde a produção deve estar voltada, nesse momento da pandemia, não seria possível reconverter a produção da LG? Colocando-a a serviço de produzir itens úteis ao combate a pandemia. Estreitar os limites do possível, fazer os trabalhadores se manterem divididos e não vendo a enorme força que detém, e colocar toda expectativa nas decisões judiciais, são medidas de contenção que a burocracia Cutista, e que outras também fazem, para fingir que estão lutando, mas na verdade estão impedindo que a força dos trabalhadores rompa os limites impostos pela patronal.

Nesse caso, a luta das terceirizadas e efetivas da LG poderia se transformar num exemplo nacional de combate as demissões, que mostrasse a todos trabalhadores que é possível impedir as demissões, que não é necessários se resignar, e que o que esta em jogo hoje no Brasil, em cada uma dessas lutas, é se a crise pandêmica e social vai ser paga pelos trabalhadores, com a miséria e a fome, ou pelos grandes empresários que não deixaram de lucrar mesmo na pandemia. Combater o Bolsonaro e todo regime golpista que aprovou diversas reformas contra os direitos dos trabalhadores, e querem impor privatizações e mais ataques, é uma tarefa agora, e não de 2022. Agora querem privatizar a água do Rio de Janeiro, agora querem demitir.

Por isso cercar de solidariedade a luta das terceirizadas é fundamental nesse momento, chamar os sindicatos, organizações de esquerda, centros acadêmicos a organizar essa solidariedade ativa para que essas trabalhadoras triunfem. Inclusive as trabalhadoras efetivas da LG poderiam cumprir um papel moralizador fundamental, mostrando que estão ao lado das suas colegas, que as terceirizadas da LG não estão sozinhas. Essa é uma tarefa fundamental nesse momento.




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