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Metrô de SP | UP se une com burocracia sindical e partido de Alckmin nas eleições do Metrô de SP: chamamos a romper com essa política

Se aproximam as eleições para a diretoria do Sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP, e estão se conformando duas chapas, uma da burocracia sindical da CTB/PCdoB-PSB com a CUT/PT, e uma chapa unificada de toda a esquerda para impedir que a burocracia sindical controle sozinha o sindicato, com sua política de aceitar os ataques da empresa e desmobilizar nossa classe nacionalmente. Chamamos a Unidade Popular (UP), que anunciou que está na chapa da burocracia sindical, a romper com essa política e se somar à chapa da esquerda.

Fernanda PeluciDiretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe

Rodrigo Tufãodiretor do sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP e do Movimento Nossa Classe

terça-feira 19 de julho de 2022 | Edição do dia

Como explicamos neste artigo sobre as eleições sindicais no Metrô de SP, o que está em questão é se o sindicato estará nas mãos dos trabalhadores como um instrumento de luta contra os ataques da empresa, do Bolsonaro, do PSDB e de qualquer governo que venha a ser eleito, ou se estará nas mãos da burocracia sindical da CTB/CUT com sua política de desmobilização. Essa burocracia é a atual Chapa 1, que na categoria defendeu aceitar os ataques da empresa no ano passado - o que foi rechaçado pelos trabalhadores em assembleia, que assim conquistaram a manutenção dos direitos e o reajuste salarial. E nacionalmente são as centrais que vieram dividindo e isolando as lutas, e mantendo nossa classe desmobilizada enquanto aumenta a fome e o desemprego. Esvaziaram lutas decisivas e deixaram passar os grandes ataques dos últimos anos, como as reformas trabalhista e da previdência, e no último período deram uma verdadeira trégua ao governo Bolsonaro - como parte da política do PT de canalizar todas as insatisfações para uma política de conciliação de classes nas eleições.

Contra isso, e considerando que recentemente foi aprovado o fim da proporcionalidade na diretoria do sindicato, está se formando uma chapa unificada de toda a esquerda, das antigas Chapa 2 (integrada por PSTU/CST/LS/MES), Chapa 3 (Resistência e outros ativistas do PSOL) e Chapa 4 (impulsionada por nós, do Nossa Classe). Uma chapa que está se formando em torno de um programa unificado em defesa da independência de classe, o que é uma conquista muito importante.

Mas a Unidade Popular, que era parte da Chapa 3, recentemente anunciou que agora está na Chapa 1, junto com PT, PCdoB e PSB, ou seja com toda a burocracia e inclusive com um partido burguês, o PSB de Geraldo Alckmin. Isso significa que ao invés de se juntar à esquerda na batalha para que o sindicato sirva para a luta dos trabalhadores contra os ataques, se juntarão à burocracia sindical que quer colocar o sindicato a serviço de sua política entreguista que vem mantendo nossa classe desmobilizada.

A posição da UP, expressa na declaração “Queremos um sindicato que priorize a categoria” assinada pelo Movimento Luta de Classes e divulgada para a categoria, tem como centro justamente a defesa de "um sindicato voltado principalmente às necessidades metroviárias". É o mesmo discurso de defesa do corporativismo que a burocracia sindical faz contra a esquerda e a defesa de “pautas políticas” ou “externas” (que respondem às necessidades do conjunto da classe). A contraposição entre isso e a defesa das “necessidades metroviárias” é uma mentira, que fica evidente inclusive pelo fato de que a burocracia da Chapa 1 recentemente defendeu aceitar uma proposta que só atendia às necessidades da empresa, de cortes em direitos e arrocho salarial. Mas essa contraposição é também uma mentira vendida pela burguesia, que busca dividir e enfraquecer os trabalhadores convencendo de que “cada um tem que defender o seu”, quando, ao contrário, nossa classe é mais forte unida, em defesa de todos, e é falsa a contraposição entre os interesses dos metroviários e os interesses gerais da classe trabalhadora. Ou seja, enquanto a UP nacionalmente diz defender uma política supostamente combativa e radical, na prática estão neste momento no Metrô de São Paulo, uma categoria com peso estratégico, aliados com a burocracia sindical e com o partido de Alckmin.

Veja a posição completa publicada pela UP - Movimento Luta de Classes aqui:

Nós, ao contrário, buscamos combater o corporativismo, e defender a unidade de toda a nossa classe, e levantando também os interesses de todos os setores oprimidos da sociedade. Quem diz seguir Lenin deveria aprender com ele, que defendia o contrário de “sindicatos que priorizem a categoria” de forma corporativista, quando dizia que ao atuar no movimento operário “o ideal do social-democrata [como se chamavam os revolucionários] não deve ser o secretário de sindicato [sindicalista corporativo], mas o tribuno popular que saiba reagir contra toda a manifestação de arbitrariedade e de opressão, onde quer que se produza e qualquer que seja a camada ou a classe social atingida” (Lenin, livro Que Fazer?).

Por fim, a UP diz que integrará a Chapa 1 por um "ambiente mais coeso", sem as "amarras de disputas sem efetividade, de debates irreais e equivocados que se encerram na junção artificial de três chapas sem o mínimo de unidade programática. Neste sentido, a Chapa 1 é a que tem condições de oferecer a defesa da categoria (...)". A UP, então, além de reproduzir o discurso da burocracia de que as críticas feitas a ela pela esquerda e os debates políticos são “irreais e sem efetividade”, teria unidade programática com a burocracia sindical da Chapa 1!!! Uma política escandalosamente contra a organização e os direitos dos trabalhadores metroviários.

Chamamos a UP a romper com essa política e com sua aliança com a burocracia sindical, que só enfraquece a luta dos metroviários e de toda a nossa classe, e a se somar à chapa unificada da esquerda que defende um sindicato democrático, controlado pelos trabalhadores, a serviço da luta e com independência de classe .Qualquer mínima coerência com o discurso que fazem exigiria fazer isso. A UP terá que responder aos olhos da vanguarda: vai seguir aliada com a burocracia e o partido de Alckmin, contra a chapa unificada da esquerda? Ainda é tempo de evitar tamanha capitulação que aponta na contramão da luta dos metroviários e de todos os trabalhadores do país.




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