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Eleições | Repudiável, ex-general Villas Boas renova ingerência militar na política em declaração pró-Bolsonaro

O general Eduardo Villas Boas, ex-comnadante do Exército, se acostumou a ejetar ameaças golpistas antes de eventos eleitorais. Já em silêncio durante muito tempo, com problemas graves de saúde, resolveu retomar sua sanha golpista.

domingo 30 de outubro de 2022 | Edição do dia

Em seu Twitter, lançou declaração às vésperas do segundo turno presidencial em apoio velado a Bolsonaro, no mesmo dia em que Carla Zambelli saiu armada perseguindo manifestante negro apoiador de Lula. Na mensagem, fala sobre o que "podemos esperar de um governo da oposição", uma referência por demais óbvia. Menciona a "volta do desemprego" e dos "programas sociais demagógicos". Além da "ridicularização do patriotismo e dos símbolos nacionais", anuncia a "contaminação ideológica do ensino". A "perda de pruridos pelo uso da mentira" seria seguida da "natureza acima das pessoas". E outras frases dignas das catacumbas obscurantistas da caerna.

É um show de ironias a manifestação pró-Bolsonaro desse personagem asqueroso que é Villas Boas. Bolsonaro submeteu o país à mais severa domesticação ao imperialismo norte-americano, em especial durante a estadia de Donald Trump na presidência (mas também chamando Biden de "um cara fantástico"). O "patriotismo dos capachos" ao império também se vê no tema do meio ambiente: os monopólios estrangeiros dominam economicamente os recursos da Amazônia. O desemprego alcançou taxas recorde, dezenas de milhões de pessoas amargam baixíssimos salários (por vezes, nenhuma renda fixa), a inflação acumulada anual bate quase dois dígitos, 33 milhões de pessoas passam fome e outras 120 milhões estão em situação de insegurança alimentar, na fila do osso. A precarização e privatização do ensino foi acompanhado pela violação permanente da ciência. Somente esses dados da era bolsonarista são suficientes para batalhar pelo fim da miséria e atraso capitalista.

Villas Boas, em 2018, tinha sido um personagem de peso da interferência militar nas eleições presidenciais mais manipuladas da história. A prisão arbitrária de Lula, articulada com a Lava Jato de Sérgio Moro e com o autoritarismo do Supremo Tribunal Federal, teve participação direta dos militares; Villas Boas era então comandante da ativa do Exército. Trabalhou desbragadamente para eliminar o candidato que estava em primeiro lugar nas pesquisas, facilitando o caminho para Bolsonaro. Dizia às vésperas das eleições em 2018 que "[...] O pior cenário é termos alguém sub júdice, afrontando tanto a Constituição quanto a Lei da Ficha Limpa, tirando a legitimidade, dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro governo e dividindo ainda mais a sociedade brasileira".

O bolsonarismo cumulou as cúpulas militares de benesses, cargos, ministérios e estatais, sendo mais de 8000 figuras das Forças Armadas em todos os poros do governo. A corrupção orgânica do capitalismo atravessa os convescotes militares, da ditadura até hoje. Essa casta repudiável, que foi fortalecida nos governo do PT, precisa ser colocada no seu lugar. Um programa operário exige a abolição de todos os privilégios materiais dos militares de alta patente (pensões vitalícias, altos salários, etc.): fim dos tribunais militares superiores e julgamento por júri popular, ligado à abolição da Lei da Anistia, abertura dos arquivos da ditadura e o julgamento e punição contra todos os responsáveis civis e militares pelos crimes de Estado durante o regime militar.

É necessário repudiar essa nova ingerência de militares como Villas Boas na política, junto com o combate a todas as manifestações golpistas do bolsonarismo.




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