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Retorno Presencial | “Queremos nosso direito de estudar! Não podemos aceitar!” diz estudante da UFRJ frente a imposição do retorno as aulas presenciais

Denuncia enviada ao Esquerda diário, de um estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) diante de mais um ataque aos estudantes e trabalhadores da universidade representado pela decisão do judiciário autoritário e golpista que obriga o retorno presencial às pressas ainda no início do próximo período.

quinta-feira 18 de novembro de 2021 | Edição do dia

Com o início da retomada das aulas presenciais imposto pelo TRF2, estudantes das universidades e colégios federais do Rio denunciam a falta de condições para o retorno, que não é garantido para a juventude negra e pobre. Trata-se de um grande ataque às condições de vida, estudo e trabalho de boa parte da comunidade universitária, além de uma violação flagrante da autonomia dos trabalhadores e estudantes de decidirem quando e como regressar as salas de aula.

Saiba mais: Judiciário ataca autonomia universitária e obriga UFRJ a retorno presencial. Confiemos em nossas forças para derrotar esse ataque!

Uma estudante da UFRJ nos enviou esse relato denunciando a falta de recursos como as bolsas e auxílios para estudantes cotistas e não cotistas:

Com essa decisão, muitos estudantes, que nem eu, terão de trancar matérias e talvez até matriculas, por falta do B.U, bandejão e de auxílios, já que as bolsas não contemplam a todos os estudantes e mais ainda os cotistas. A gente, quanto estudantes ficamos à mercê dessa imposição e vamos ter que se virar para estudar se caso volte mesmo. O que está sendo imposto é trancar a matricula ou se vira pra conseguir ir. Queremos nosso direito de estudar, de ter futuro. Não podemos aceitar isso.

Esse é mais um episodio da precarização da vida da juventude. Na UFRJ, o orçamento sufocado há anos leva a bolsas e auxílios não apenas insuficientes quanto ao valor, mas também indisponíveis à maioria dos estudantes que precisam.

A juventude trabalhadora, mesmo depois de ultrapassar as barreiras do vestibular – esse que é um filtro social racista e elitista – se vê forçada a carregar nas costas e no bolso o desejo de estudar. Para piorar a situação, a prefeitura de Eduardo Paes segue negando aos estudantes o direito ao Bilhete Único Universitário, um direito dos estudantes e única forma de muitos bancarem sua ida diária à universidade. Por culpa de Paes, a UFRJ teve que instituir um auxílio transporte emergencial, bancado com seu próprio, já insuficiente, orçamento. Paes, assim, contribui diretamente para a precarização do ensino e para a crise das universidades, mantendo-se conivente com o autoritário ataque do judiciário aos estudantes do Rio.

Frente a tudo isso, é preciso um plano de lutas que mobilizem todas as categorias da universidade, entre estudantes, efetivos e terceirizados para enfrentar o retorno forçado e exigir o acesso e a permanência nas universidades! Ao mesmo tempo, é crucial que não depositemos nossas esperanças na Reitoria, em recursos a esse judiciário inimigo dos estudantes e trabalhadores e muito menos alimentemos qualquer crença de que Eduardo Paes se importa com as condições dos estudantes e faria qualquer coisa para nos ajudar nessa situação - mesmo liberar o BUU, que seria obrigação da prefeitura. Precisamos nos organizar para garantir as escolhas dos estudantes e trabalhadores de como e quando voltar e os meios para que isso aconteça através do desbloqueio do BUU, a abertura do bandejão e de mais editais de recursos e auxílios, que também se liga à luta contra os cortes de Bolsonaro e do MEC à educação.

Chamamos todas, todos e todes os estudantes, professores e trabalhadores da universidade a lutar face a essa e toda forma de interferência autoritária com a autonomia da universidade! Que a comunidade universitária decida sobre o retorno! Somos nós que devemos decidir os rumos das nossas universidades e o que cada uma precisa, e não aqueles que criaram o caos na saúde e educação em meio à pandemia!




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