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RUMO AO 3J | "Mourão no aquecimento"? Não! Fora Bolsonaro e fora Mourão

Com o escândalo da Covaxin, as movimentações nas redes sociais pelo “Fora Bolsonaro” aumentaram, as mobilizações foram adiantadas para o dia 3 de julho. O meme “Mourão no aquecimento” entrou no trending topics do Twitter, que na realidade expressa a política de vários setores da esquerda que defendem um impeachment. Que na prática levaria o general, racista e saudosista da ditadura, Mourão ao poder. Assim como Bolsonaro, Mourão é um entusiasta e aplicador dessa política reacionária que odeia os negros, os indígenas, as mulheres e os trabalhadores. Não, Mourão não é um “mal menor” frente ao bolsonarismo. Rumo ao dia 3 batalhemos por uma greve geral para derrubar Bolsonaro, Mourão, os ataques e impor uma nova constituinte!

Luiza EineckEstudante de Serviço Social na UnB

terça-feira 29 de junho de 2021 | Edição do dia

Na última sexta, 25, o escândalo com indícios de corrupção em relação às negociações da vacina indiana Covaxin veio à tona na CPI da Covid. Os “irmãos Miranda” denunciaram evidências de corrupção e superfaturamento envolvendo a Covaxin. O arquiteto do esquema seria Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro-Mourão na Câmara, e que Bolsonaro sabia da corrupção. Ou seja, o negacionista, deixou isso acontecer em meio a crise de Manaus.

As movimentações nas redes sociais pelo “Fora Bolsonaro” aumentaram desde sexta. Apesar de não ter como afirmar o caminho que o escândalo pode tomar, principalmente, na luta de classes, uma coisa é certa, esse novo episódio demonstrou que pode ter um potencial explosivo. Bolsonaro e a sua gestão reacionária, feita ao lado de Mourão, do Congresso, STF e governadores, conta com mais de 500 mil mortos, maiores ataques, reformas e privatizações, atendendo apenas aos interesses dos lucros capitalistas. Esse é o cenário em que todo esse ódio que está sendo demonstrado deveria ser combustível para nossa luta independente nas ruas. Mesmo com as manifestações adiantadas para o dia 3 de julho, as direções das entidades e organizações de esquerda preferem não apostar na força da organização dos trabalhadores ao lado da juventude, das mulheres, negros e lgbts, e em seus métodos mais avançados na luta de classes.

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Ao contrário disso, a esquerda frente a esse cenário, aposta na estratégia do impeachment: saída por dentro das instituições golpistas do regime, que levaria Mourão ao poder, e não em organizar a nossa classe para derrubar com um só punho Bolsonaro, Mourão, os militares e todo o regime golpista nas ruas. Amanhã será entregue para Artur Lira (PP-AL) um pedido de "super impeachment" protocolado pelo PT, PSOL, PCdoB, PCB, UP, PSTU e PCO junto da direita golpista como PSL, MBL, e também de “ex-bolsonaristas” como Alexandre Frota, Joice Hasselman, etc.

O que na realidade significa implorar para Lira colocar Mourão no poder, fazendo jus ao meme “Mourão no aquecimento”. Ou seja, Mourão acaba sendo um “mal menor” frente ao bolsonarismo para setores da esquerda. O argumento de alguns setores, como o PSOL, é que tirando Bolsonaro agora, Mourão assumiria um governo mais debilitado. Mas como mais debilitado, se os ataques e a agenda neoliberal permaneceriam? Sem contar que o impeachment é um mecanismo que fortaleceria o regime, seus atores e instituições Inclusive, algumas alas que tentam lavar a cara da gestão da pandemia, como são os golpistas de direita que protagonizam o teatro da CPI sairiam fortalecidos.

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É inaceitável que o general racista e saudosista da ditadura, Mourão, seja ignorado. Os militares nunca estiveram tanto no poder desde a ditadura, e Hamilton Mourão é a expressão nefasta das forças armadas no governo e seu legado de assassinatos, torturas e perseguição e censura de milhares de ativistas de esquerda, negros e indígenas, etc. O mesmo Mourão que teve a cara de pau de dizer que não existe racismo no Brasil quando o Nego Beto foi assassinado brutalmente no Carrefour, e que comemorou a chacina de Jacarezinho no aniversário do golpe de 64.

As nossas manifestações terão esse fim? Colocar outro racista e militar no poder? Não! Assim, como as nossas mobilizações não podem ser canalizadas eleitoralmente para 2022 como quer o Lula e PT com sua estratégia de desgaste de Bolsonaro. Atuam na Central Sindical que dirigem, a CUT, em um sentido de limitar as manifestações, seja dividindo-as, seja marcando elas, burocraticamente, para um mês depois, isso tudo para que as mobilizações não extrapolem seu controle e que as eleições permaneçam intactas para o ano que vem. Mas sabemos bem que as eleições nada resolvem.

A esquerda que deveria dar um exemplo e organizar os trabalhadores e sua luta nas ruas, infelizmente optaram por sesubordinar à política do PT e à conciliação de classes que configura a frente ampla que vem sendo proposta por Lula e suas negociações com figuras como FHC, Sarney, Kassab.

Rumo ao dia 3 devemos batalhar por uma saída da nossa classe por Fora Bolsonaro e Mourão! Nós do Esquerda Diário chamamos toda a esquerda a conformar um Comitê Nacional por uma Greve Geral, a partir de assembleias de base em cada local de trabalho e estudo. Uma greve geral permitiria os trabalhadores das diversas categorias paralisarem o país, e conjuntamente paralisando os lucros e mostrando que a força nossa classe, que tanto querem dividir, é a única que pode derrubar Bolsonaro e Mourão, junto de todos os ataques.

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É, nesse sentido, que também batalhamos por uma assembleia constituinte livre e soberana, como explicado no editorial, possibilitaria que os trabalhadores decidissem os rumos dos país, possibilitando apresentar respostas mais de fundo para a crise, se enfrentando com os lucros dos capitalistas, Bolsonaro, Mourão para varrer todo o regime. Uma nova constituinte, livre e soberana, permitiria, também, a revogação de todos os ataques, como a PL 490, do marco temporal, as reformas, privatizações, etc. Mudando não apenas os jogadores, mas as regras desse jogo. E para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.




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