Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, esteve em Vitória, Espírito Santo, na quarta (26), perante uma corja de empresários e apoiadores do candidato bolsonarista para o governo do estado Manato (PL), e prometeu um profundo ataque privatista à educação: a desvinculação das universidades do MEC, para vincular ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
sexta-feira 28 de outubro de 2022 | Edição do dia
Foto: Carlos Alberto Silva
Essa medida, promessa eleitoral para reeleição de Bolsonaro, feita na Fucape Busness School, segundo o jornal A Gazeta, denunciada também pela ANPG, foi justificada justamente com o vínculo mais próximo com empresas que o Ministério de Ciência e Tecnologia permite. Guedes disse: "Eu não posso dar muito palpite. Mas uma coisa que me atrai é pegar o ensino superior e tirar do Ministério da Educação e fazer a fusão com o Ministério da Ciência e Tecnologia, que, por sua vez, cola nas empresas". Guedes disse isso ao ser questionado por um empresário sobre uma suposta falta de mão de obra qualificada para as empresas.
🚨 URGENTE! Bolsonaro quer ACABAR com o MEC e as Universidades Federais! Paulo Guedes admitiu que tem plano para RETIRAR AS UNIVERSIDADES DO MEC, passando-as para o MCTI para serem geridas junto às empresas privadas. Não permitiremos o desmonte do ensino! https://t.co/cTPxAA2eCM
— ANPG (@anpg) October 27, 2022
É uma promessa de campanha ao mercado privatista que aprofunda o caráter burguês das universidades e que vão na contramão de que o conhecimento extremamente rico produzido nelas seja voltado para os interesses da classe trabalhadora, da juventude, dos setores oprimidos e do povo pobre. Esse é o projeto neoliberal dos ataques que Guedes e Bolsonaro, que junto ao Victor Godoy, ministro da Educação, confiscam orçamento das universidades e institutos federais e implementam cortes bilionários na pesquisa e no ensino. Junto a eles estão o Congresso e o Judiciário, com todos os ataques, como as reformas e privatizações, que nos relegam precarização do trabalho, fome, desemprego, inflação, fila do osso e do lixo.
Por isso, é urgente que as centrais sindicais, CUT e CTB, assim como a entidade estudantil nacional, UNE, todas dirigidas majoritariamente pelo PT e pelo PCdoB, saiam já da trégua e organizem a luta em cada local de trabalho e estudo contra os cortes na educação e todas as reformas. Assim como para barrar a outra promessa eleitoral de Bolsonaro e Guedes para agradar o mercado de arrocho salarial e da aposentadoria, sem correção da inflação.
Os inimigos da classe trabalhadora, da juventude, dos setores oprimidos e do povo pobre são os mesmos: Bolsonaro, Guedes, o bolsonarismo, Congresso, Judiciário e toda a direita que quer descontar a crise econômica nas nossas costas. Os estudantes da UFAL e da UFBA deram um sinal de como podemos derrotá-los de que será pela nossa unidade, com manifestações. Mas também com greves e paralisações, sem aliança com a direita.
