Nesta quarta-feira (15), veio a falecer a ativista, intelectual e escritora Gloria Jean Watkins, mais conhecida por seu pseudônimo, bell hooks. Durante toda a sua vida, hooks tocou em temas fundamentais, como feminismo, representação de negros e negras, cultura, capitalismo, classes sociais, papéis de gênero, amor e educação etc., tendo escrito mais de 40 livros, incluindo ensaios, poesia e livros infantis. O legado da luta antirracista de bell hooks seguirá vivo em nossas lutas!
quarta-feira 15 de dezembro de 2021 | Edição do dia
Imagem: LIZA MATTHEWS BELL HOOKS INSTITUTE
Gloria Jean Watkins nasceu em 25 de setembro de 1952 em Hopkinsville (Kentucky). Filha de Veodis e Rosa Bell Watkins, a quarta de sete irmãos. Ela frequentou escolas segregadas no Condado de Christian, depois foi para a Universidade de Stanford na Califórnia, depois fez mestrado em inglês na Universidade de Wisconsin e doutorado em literatura na Universidade da Califórnia em Santa Cruz. Ela adotou o nome de sua bisavó como seu pseudônimo em letras minúsculas, a fim de enfatizar a "substância dos livros, não quem eu sou".
hooks publicou seu primeiro livro de poemas "And There We Wept" sob seu pseudônimo em 1978. E em 1981 ela publicou o livro Ain’t I a Woman? Black Women and Feminism (Não sou uma mulher? Mulheres Negras e Feminismo) em 1981. A obra se tornou um clássico da teoria feminista, baseado na denúncia de Sojourner Truth, feminista negra e grande militante abolicionista que, em 1851, na Women’s Convention – no discurso que ficou conhecido como "Ain’t I a Woman" – que o ativismo de sufragistas e abolicionistas brancas e ricas excluía mulheres negras e pobres. A partir do discurso de Truth, que dá título ao livro, hooks discute o racismo e sexismo presentes no movimento pelos direitos civis e no feminista, desde o sufrágio até os anos 1970. Além de examinar o impacto do sexismo nas mulheres negras durante a escravidão, a desvalorização da mulheridade negra, o sexismo dos homens brancos e negros, o racismo entre as feministas, os estereótipos atribuídos a mulheres negras, o imperialismo do patriarcado e o envolvimento da mulher negra com o feminismo.
Na obra ’O feminismo é para todo mundo’, hooks discutiu as temáticas de políticas feministas, direitos reprodutivos, luta de classes, feminismo internacional, trabalho e exploração, raça e sexualidade, violência machista, a mulher nas relações e mais.
Durante toda a sua vida, hooks sempre tocou em diversos temas fundamentais, como feminismo, representação de negros e negras, cultura, capitalismo, classes sociais, papéis de gênero, amor e educação etc., tendo escrito mais de 40 livros, incluindo ensaios, poesia e livros infantis.
De acordo com a sobrinha, Ebony Motley, ela estava doente e estava rodeada de amigos e familiares quando morreu. “A autora, professora, crítica e feminista fez sua transição cedo, de casa, rodeada de familiares e amigos”, escreveu a família dela em um comunicado.
Veja a declaração de Letícia Parks, dirigente do Quilombo Vermelho e do MRT, sobre a morte de bell hooks:
"E eu não sou uma mulher?" foi o primeiro livro de bell hooks, inspirado no forte discurso de Sojourner. De lá pra cá escreveu sobre educação, amor, feminismo, representação de negras e negros. É com tristeza que recebemos a notícia de seu falecimento. Sua luta antirracista vive!
— Leticia Parks (@letparks) December 15, 2021
O legado da luta antirracista de bell hooks seguirá sendo uma fonte viva de inspiração para todos aqueles que tomam partido contra todas as formas de opressão e exploração impostas por essa sociedade de classes baseada no racismo, no machismo e nas demais deploráveis formas de opressão!