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Exército protege Pazuello e governo, é preciso lutar pelo Fora Bolsonaro, Mourão e militares

A decisão do Exército em arquivar o processo administrativo contra o ex-ministro Pazuello por ter participado de ato junto com Bolsonaro, mostra arbitrariedade e proteção ao governo federal. Somente escancara a importância de lutar por Fora Bolsonaro, Mourão e todos os militares que sustentam esse regime político.

Lara ZaramellaEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

sexta-feira 4 de junho de 2021 | Edição do dia

Imagem: Marcos Corrêa/PR

No último dia 23 de maio, o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da saúde do governo federal, participou de um ato no Rio de Janeiro com o presidente Bolsonaro, o que gerou polêmicas, visto que o Regulamento Disciplinar do Exército e o Estatuto das Forças Armadas proíbem a participação de militares da ativa em manifestações políticas.

Entretanto, nesta semana o Exército declarou que o ato não possuía “viés político”, como justificado pelo próprio Pazuello ao ser questionado, se valendo do duvidoso argumento de que participar do ato apoiando Bolsonaro não significaria manifestação política, já que o presidente não faz parte de nenhum partido político. Assim, o caso foi arquivado, não considerando como ocorrência de transgressão disciplinar.

Esse caso mostra o Exército protegendo não somente o ex-ministro Pazuello, como também o governo Bolsonaro, defendendo a participação de um general da ativa na manifestação realizada em prol do presidente e seu governo. Essa manifestação reacionária e negacionista contou com a presença de outros ministros de Bolsonaro, além de outras figuras que declaradamente apoiam o governo, como o secretário da Polícia Militar assassina do Rio de Janeiro.

A relação próxima entre o governo Bolsonaro, os militares e forças repressivas do Estado é evidente desde o início de seu mandato, com diversos generais indicados como ministros, além de ter mais que dobrado o número de militares em cargos civis. Mesmo com as rupturas e existência de divisões nas Forças Armadas e altas esferas do governo, ocasionando demissões e troca de ministros neste ano, este recente caso de proteção e arbitrariedade do Exército para com Pazuello e o governo federal mostra como, ainda que com fissuras, não houve um rompimento entre as Forças Armadas e Bolsonaro, pelo contrário, o apoio dos militares segue sendo um pilar fundamental de sustentação do governo Bolsonaro, configurando uma importante aliança entre ambos.

Justamente por isso nossa luta contra todos os ataques de Bolsonaro precisa ser também contra todos os militares, a começar pelo seu vice, Mourão. A indignação com o governo Bolsonaro ficou expressa nas ruas no último dia 29 com a participação de milhares ocupando cidades pelo país contra os ataques à educação, mas também vingando cada uma das quase 470 mil mortes por Covid-19, em que o ex-ministro da saúde Pazuello, Bolsonaro, todo seu governo, assim como os governadores e o STF são responsáveis. Essas mobilizações precisam lutar não somente pelo Fora Bolsonaro, mas se colocar contra todo o regime político que nos condena à miséria e ao vírus, estando de mãos dadas no momento de aprovar reformas e ajustes, mesmo fazendo jogos de cena e teatro com a CPI da Covid, com as declarações de generais e da grande mídia a respeito da participação de Pazuello na manifestação.

É preciso que nossa luta grite pelo Fora Bolsonaro, Mourão e todos os militares, confiando e apostando em nossas forças e não nas instituições como o Congresso e o STF. Por isso, passado o 29 de maio, é preciso que as centrais sindicais, em unidades com as entidades estudantis, convoquem uma forte paralisação nacional que demonstre nossa força organizada contra todo esse regime político e seus ataques.




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