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"Eu não vou abrir mãos dos meus princípios: um deles é não me aliar com a burguesia", diz Chavoso da USP

Diana Assunção

"Eu não vou abrir mãos dos meus princípios: um deles é não me aliar com a burguesia", diz Chavoso da USP

Diana Assunção

Neste último sábado, o entrevistado pelo programa Esquerda em Debate foi o graduando em Ciências Sociais na USP, youtuber, podcaster, palestrante e militante de movimentos sociais, Thiago Torres - o Chavoso da USP. A iniciativa do novo programa, impulsionado pelo Esquerda Diário e pelo suplemento Ideias de Esquerda, com Diana Assunção, visa promover o debate entre os setores que querem combater Bolsonaro, o regime político e o bolsonarismo, superando a conciliação de classes petista.

O debate se iniciou com uma análise da situação atual do Brasil, onde Chavoso discorreu sobre a crise capitalista profunda que assola o país, remarcando o período de aprofundamento dos ataques neoliberais a partir do impeachment de Dilma, o golpe de 2016. Foi debatido também como a própria política do PT de conciliação de classes e aliança com os setores mais reacionários do país foi justamente o que abriu espaço para o fortalecimento da extrema direita e dos atores do regime que atacam os trabalhadores com o objetivo de maximizar os lucros da burguesia em um cenário de crise capitalista internacional. E como agora a perspectiva colocada é de um possível retorno do PT e com a chapa Lula-Alckmin na presidência do país, com o objetivo de administrar o regime golpista sem revogar nenhum dos ataques que foram implementados pelo governo Temer e continuados por Bolsonaro.

Muitos outros temas foram debatidos na entrevista, como o processo da rebelião chilena de 2019 e a luta por uma nova constituição no país, bem como a eleição de Boric que agora mantém a repressão e os ataques desejados pelos capitalistas e empresários. Sobre papel dos sindicatos nas mãos da burocracia atualmente como elemento de freio a mobilização dos trabalhadores, a reforma do Ensino Médio aprovada por Temer que vem precarizando o Ensino e do projeto de Doria na educação estadual, a precarização do trabalho vivida especialmente pela juventude com a Reforma Trabalhista e da importância de lutar pela revogação de todos os ataques. Também sobre a crise de representatividade da esquerda no país, as jornadas de junho de 2013 enquanto elemento importante de resposta da população, contra a narrativa petista que criminaliza as manifestações.

Foi levantado também um debate interessante sobre a crise de representatividade e sobre a identificação dos setores explorados e oprimidos com a esquerda atualmente, se nesse sentido o caminho seria batalhar para desatrelar a identificação da esquerda com o PT ou se deveríamos passar a nos considerar como “dos de baixo” em luta contra os “de cima”, com um resgate sobre a Revolução Francesa e o aparecimento dos conceitos no debate político.


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Diana Assunção

São Paulo | @dianaassuncaoED
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