Estudantes e professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) começaram a se mobilizar hoje, nesta quinta-feira (6), contra o novo corte no orçamento das instituições de ensino federais pelo governo Bolsonaro, na Reitoria da instituição, em Salvador, dando um exemplo de luta contra os cortes.
quinta-feira 6 de outubro de 2022 | Edição do dia
Foto: Marina Silva/CORREIO
Os estudantes levaram faixas e cartazes pedindo respeito à educação, em rechaço aos cortes e a Bolsonaro. A mobilização começou nas escadas que dão acesso ao prédio, até que às 11h15 as portas do salão nobre foram abertas e os estudantes e professores ocuparam o auditório. As cadeiras, galerias e corredores ficaram lotados. Palavras de ordem foram puxadas antes de sair em caminhada pelo centro de Salvador, segundo O Correio.
Foto: Marina Silva/CORREIO
O corte de R$ 2,4 bilhões no Ministério da Educação (MEC) havia sido formalizado no dia 30 de setembro por meio do decreto 11.216, no entanto, foi anunciado somente na noite de ontem, quarta-feira, 5, pelo governo Bolsonaro. Somente no ensino superior o bloqueio é de R$ 328,5 milhões, que seriam destinados ao custeio de despesas e pagamento de funcionários. O total de cortes já feitos por Bolsonaro ao longo deste ano sobe para R$ 763 milhões em recursos essenciais para a manutenção das instituições federais.
Este corte orçamentário de Bolsonaro inviabiliza o funcionamento até o final do ano das Universidades e Institutos federais, que podem fechar as portas por não ter dinheiro nem mesmo para pagar as contas de água e de luz. Além disso, esse governo asqueroso anuncia mais este ataque a setores que rechaçam este governo por seus ataques, cortes e interventores, além do negacionismo, desemprego e precarização da vida e do trabalho - que atinge principalmente a juventude pobre e negra - às vésperas do segundo turno e demonstra que está a serviço de mostrar ao mercado financeiro e a burguesia sua disposição para descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e trabalhadoras.
O Ministério da Educação de Bolsonaro esteve envolvido em casos de corrupção no último período, com a gestão de Milton Ribeiro e pastores de igrejas evangélicas, além disso as universidades e institutos federais tem sido alvos das cruzadas reacionárias desde os ex-ministros Vélez Rodrigues e Weintraub, com a nomeação de interventores alinhados ao bolsonarismo e uma série de ataques e cortes, que tem como consequência a perda de bolsa para os estudantes, fechamento de Restaurantes universitários e bibliotecas e a precarização do trabalho, que recentemente levou uma trabalhadora terceirizada à morte na Unicamp.
Só a luta de estudantes junto a trabalhadores pode barrar o confisco e todos ataques de Bolsonaro contra as universidades federais, com uma forte paralisação nacional e um plano de luta, que coloque também a necessidade de barrar a Reforma Administrativa.
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A União Nacional dos Estudantes (UNE), dirigida majoritariamente pelas juventudes do PT e PCdoB, anunciou um calendário de assembleias e mobilizações contra o corte. É urgente construir com todo peso as assembleias em cada universidade e instituto federal para uma forte mobilização nacional contra os cortes e ataques dessa extrema-direita, sem nenhuma confiança em alianças com a direita, como fazem as direções burocráticas. Devemos confiar somente na força da nossa luta e na unidade com os trabalhadores para reverter os cortes e ataques e garantir a permanência e o salário dos trabalhadores das instituições de ensino superior, barrar a Reforma Administrativa e revogar as reformas e privatizações, que atingem profundamente a juventude, trabalhadores, o povo pobre e os setores mais oprimidos.
