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Desigualdade | Estimativa aponta um aumento de 115% no número de milionários no Brasil até 2026

Dados divulgados pelo Credit Suisse estimam que em 2026 existirão mais do que o dobro de milionários no Brasil, com isso a exploração do trabalho e dos recursos naturais devem aumentar também. Quem paga a conta desses novos ricos é a classe trabalhadora com precarização, desemprego, fome e miséria.

terça-feira 20 de setembro de 2022 | Edição do dia

Imagem: Wilson Dias\Agência Brasil

2020 fechou o ano com 207 mil milionários no país, em 2021 esse número subiu para 266 mil, muitos destes novos milionários enriqueceram às custas das centenas de milhares de mortes na pandemia, negando o direito a testes e quarentena segura para a ampla maioria dos trabalhadores. A estimativa publicada prevê que 2026 deve encerrar com 572 mil milionários, um aumento de 115% em comparação com 2021.

O Global Wealth Report 2022, levantamento encomendado pelo banco Credit Suisse trouxe dados impressionantes sobre a concentração de renda e a consequente desigualdade. No mundo aqueles que possuem fortunas igual ou acima de 1 milhão de dólares representam 1,2% da população mundial e concentram 47,8% das riquezas do planeta. A pesquisa estima que, se a tendência atual continuar, existirão mais ricos e super ricos. Isso, sabemos, às custas do empobrecimento, adoecimento, desnutrição e miséria até a morte de centenas de milhões de pessoas pelo mundo.

No Brasil essa desigualdade não é diferente, aliás em comparação com os dados globais é ainda pior, pois a elite que representa 1% dos mais ricos do país, em 2021, possuía 49,3% das riquezas sendo que 99% da população tem que se espremer dentro dos 50,7% restantes. É para esses 1% que Bolsonaro governou e prestou serviços para atender seus anseios de mineração na Amazônia, queimadas e desmatamento, arrocho salarial, permitir demissões e redução de salários em meio a pandemia etc. Tudo fruto de reformas importantes como a reforma trabalhista, aprovada ainda no governo Temer com a traição das centrais sindicais, e a reforma da previdência, aprovada também em diversos estados e municípios governados pelo PT e pelo PCdoB. É isso que chamamos de regime do golpe, o regime dessas reformas que atacam as condições de trabalho e as vidas dos trabalhadores e que a chapa Lula\Alckmin se compromete a não revogar.

Portanto, a tendência atual precisa ser freada imediatamente, pois são eles, os milionários e bilionários, ou nós a pagar pela crise que eles criaram. E só quem pode puxar este freio de emergência é a classe trabalhadora organizada política e economicamente, sem nenhuma ilusão ou aliança com os patrões, ou instituições deste regime corrompido. É preciso lutar pela redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução salarial como uma medida imediata para geração de emprego, mas ir além, batalhar pela estatização sob controle dos trabalhadores das indústrias alimentícias e dos serviços estratégicos como de transportes e energia. Para romper com essa tendência de ainda maior concentração de renda por um lado e pobreza e miséria por outro é preciso que a nossa classe ao se organizar, supere suas próprias direções burocráticas também, hoje em sua maioria do PT e PCdoB à frente de quase todos os sindicatos do país.

Por isso, nós do MRT partimos de uma exigência às grandes centrais sindicais, como a CUT dirigida pelo PT, e a CTB dirigida pelo PCdoB, que saiam da paralisia e da trégua com todo o regime do golpe que serve para apostar na aliança de Lula com Alckmin, um grande representante dos interesses dos patrões e desses novos possíveis milionários que enriquecerão às custas do trabalho cada vez mais precário da juventude, das mulheres, dos negros, lgbtqiap+, enquanto os idosos morrem cada vez mais cedo.

Acompanhe nessas eleições as candidaturas do MRT pelo Pólo Socialista Revolucionário que trazem esse importante debate à tona e se colocam na linha de frente contra Bolsonaro, a extrema direita e todas as reformas do regime do golpe de forma independente do PT.




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