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Pandemia da Covid-19 | Espera de mais de 2 horas atinge 75% dos hospitais privados de SP

Três em cada quatro hospitais privados do Estado de São Paulo relatam que o tempo médio de espera em atendimentos de urgência e emergência passa de duas horas para pacientes com suspeita de covid-19 ou síndrome gripal. Os dados evidenciam a pressão causada pela explosão de infecções pelo coronavírus com o avanço da variante Ômicron, que é mais transmissível.

sábado 22 de janeiro de 2022 | Edição do dia

Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), com 81 estabelecimentos na capital e no interior entre os dias 12 e 19 de janeiro. Quatro em cada dez hospitais apontam uma espera de duas a três horas, e 32% informam que têm filas superiores a três horas.

Todos os hospitais relatam que houve aumento no atendimento de urgência nos últimos 15 dias a pacientes com a covid-19. Em 60% dos casos, a demanda para esse tipo de atendimento mais do que dobrou. Com boa parte da população vacinada e, ao mesmo tempo, alta transmissibilidade do vírus, a tendência é de pressão justamente nos atendimentos de urgência - a porta de entrada dos hospitais.

Só nos primeiros 19 dias do ano, o número de casos de covid no Brasil (1.135.488) é equivalente a 30% do total de casos confirmados ao longo de todo o segundo semestre de 2021 (3.726 209). O número de casos nos primeiros 19 dias do ano já supera em 132% o total de confirmados no último trimestre de 2021 (859 596).

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Síndrome Respiratória Aguda Grave

Boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta sexta, 21, apontou sinal de forte crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Em 22 unidades da Federação, houve pelo menos uma macrorregião de saúde com nível de casos semanais de SRAG classificado como muito alto ou extremamente alto, segundo o levantamento da Fiocruz. Em relação às capitais, 24 das 27 apresentam sinal de crescimento na tendência das últimas seis semanas.

Pessoas com sintomas da covid-19 lotam os hospitais para testes de detecção da doença, consultas e para obter atestado médico. Boa parte dos casos são leves, graças à vacinação. No entanto, o altíssimo número infectados também leva, inevitavelmente, a um aumento no volume de hospitalizações, em leitos clínicos ou Unidades de Terapia Intensiva (UTI), como mostram os dados do SindHosp.

Em mais de um terço dos hospitais privados de São Paulo, a taxa de ocupação de UTIs passa de 81%. Já a ocupação de leitos clínicos atinge esse mesmo porcentual em um quarto dos estabelecimentos.

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Conforme o levantamento, quase metade dos pacientes com a covid-19 internados em UTIs está na faixa etária de 60 a 79 anos, e 34% têm entre 30 e 50 anos. Já nos serviços de urgência e emergência, metade dos pacientes tem entre 30 e 50 anos, e 30,5% estão na faixa etária de 60 a 79 anos.

Em um comunicado à imprensa, o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, afirmou que a tendência de queda nas internações em UTI, verificada desde outubro do ano passado, sofreu uma reversão logo após o período das festas de fim de ano. A situação, afirma, acende um alerta.

Em meio a essa situação dramática,médicos manifestam e fazem greve por mais contratações, o que a justiça absurdamente vem tentando proibir. Com essa nova onda, não são poucos os trabalhadores da saúde, e em geral, que estão se contaminando, ampliando a sobrecarga de quem não está contaminando ou mesmo sendo obrigados a trabalhar mesmo contaminado.

É preciso unificar a população com os trabalhadores da saúde e todas as categorias para lutar por contratações emergenciais para ampliar a rede pública de atendimento, testagem e vacinação, colocando hospitais e UBS sob controle dos trabalhadores e usuários. Única forma de garantir condições de trabalho dignas para os profissionais da saúde e atendimento de qualidade e testes para toda a população.

Confira também nosso Esquerda Diário Comenta:

Com informações da Agência Estado.




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