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Teto de Gastos | "Embate sobre teto de gastos é pra manter a agenda de ataques", diz professora Flávia Valle

Bolsonaro e Guedes estão de olho nas eleições de 2022, por isso anunciaram o rompimento do Teto de Gastos, afirmando demagogicamente que o motivo é o investimento social. Confira abaixo a declaração da professora Flávia Valle sobre o tema.

domingo 24 de outubro de 2021 | Edição do dia

"Bolsonaro e Paulo Guedes anunciaram que irão romper o Teto de Gastos para realizar o programa Auxílio Brasil, com previsão de pagamento de 400 reais à famílias pobres, numa espécie de nova edição do Bolsa Família. O que está aos olhos de todos é uma nova manobra do presidente para se localizar melhor diante das eleições que acontecerão no ano que vem e a verdade é que o embate sobre o Teto de Gastos é para manter a agenda de ataques desse governo anti trabalhadores.

O próprio ministro Guedes buscou acalmar os grandes empresários e seus porta vozes da grande mídia, afirmando que o cumprimento ao Teto de Gastos será assegurado pela aprovação de novas reformas contra os trabalhadores e a população pobre, como a reforma administrativa e a tributária. Isso sem contar a vigência das odiosas reformas trabalhista e da previdência, que aprofundam as desigualdades sociais em nosso país, ampliando a exploração e atacando direitos básicos da classe trabalhadora em plena crise pandêmica.

Nesse conjunto de ataques, bem como os planos com as reformas em tramitação, o governo não está sozinho, apesar do embate em torno do Teto de Gastos, o aumento da precarização da vida é sustentado inclusive por setores que se dizem oposição à Bolsonaro, mas estão de mãos dadas com seu governo quando o assunto é atacar os trabalhadores e pobres, como no caso do STF, de governadores como Doria e Zema, além da maioria dos congressistas e da própria casta militar.

Em meio a crescente inflação que eleva os preços dos alimentos e de outros itens básicos, que se mostra em cenas revoltantes como as das filas do lixo para matar a fome em BH e outras cidades do país, também cabe ressaltar que apesar da demagogia do governo de que Bolsonaro está preocupado com a população mais pobre, a verdade é que mesmo o valor de 400 reais é hoje totalmente insuficiente, porque significa menos do que 10% do necessário para que uma família possa se sustentar dignamente em um mês, segundo foi estipulado pelo órgão governamental DIEESE.

É urgente lutar exclusão total Teto de Gastos, aprovado pelo golpista Temer e aclamado pela burguesia nacional que, mesmo em meio à profunda crise econômica e social que o país atravessa, prefere assegurar o controle fiscal para o pagamento da fraudulenta e ilegítima dívida pública.

Vale destacar, ainda, que os objetivos imediatos de Bolsonaro é de alguma maneira conseguir uma força maior para as eleições de 2022. O próprio valor, definido a princípio em 400 reais, diminuiria após as eleições. É um projeto que combina ultra liberalismo, com alguma forma de concessão de auxílios sociais, para evitar e conter o descontentamento social. Digno de nota é que Lula não só não criticou a medida, como afirmou que ela estava correta, já que o centro do seu projeto para as eleições é a palavra de ordem "incluir os pobres no orçamento", mas sem questionar qualquer uma das reformas, ataques e privatizações que são os grandes responsáveis pela situação de desemprego, miséria e fome que atinge grande parte da população."

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