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Forças Armadas | Dez militares irão fiscalizar as eleições: é preciso arrancar os militares da política

No último dia 20, o General Paulo Sérgio, ministro da defesa, enviou ao TSE um ofício informando que as Forças Armadas indicariam nomes para a fiscalização da votação de outubro. No dia de hoje (28) foi apresentada uma lista com 10 nomes de militares que representarão as forças armadas na fiscalização das eleições.

terça-feira 28 de junho de 2022 | Edição do dia

Foto: Fernanda Rouvenat / G1

O ofício do General Paulo Sérgio credita às Forças Armadas como fiscalizadoras do sistema eletrônico de votação. Parece piada, mas não é o general no comando do ministério da defesa, envia ofício ao TSE indicando 10 nomes de militares para fiscalizar o processo eleitoral, isso enquanto Bolsonaro faz coro aos militares ao reforçar o discurso golpista a cerca do processo de votação eletrônico chegando inclusive a reivindicar o voto impresso. Os indicados por Paulo Sérgio são, majores, coronéis, tenente-coronéis e capitães da Marinha, Exército e Aeronáutica, no ofício o General agradece a “parceria” com Fachin.

Os militares já vem a tempos fortalecendo seu discurso golpista em torno do sistema eleitoral, apesar de ocuparem diversos cargos civis cercados de privilégios. Paulo Sérgio afirmou que as FAs não se sentem privilegiadas, afinal enquanto a maioria da população amarga em trabalhos precários, baixos salários, aumento da inflação, fome, as Forças Armadas gastam verdadeiras fortunas com prioridades como: picanha, cerveja, filé mignon, salmão, leite condensado, bonecos, bicicletas caríssimas, licor, viagra, próteses penianas, remédio para calvície. Isso enquanto Edson Fachin, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ressalta o “diálogo institucional” e a necessidade de uma reunião com as FAs, num claro aceno de negociações que favoreçam ambas as partes, que sempre necessário dialogam muito bem.

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O enorme crescimentos dos militares no poder, que datam o regime pós golpe institucional e se aprofunda no governo Bolsonaro, são reflexo da impunidade que esse setor goza desde a redemocratização acordada pacificamente em 1988 com a lei de anistia que “perdoou” assassinos e torturadores, amados pelo presidente Bolsonaro.

Para enfrentar toda essa lama que perpassa, Bolsonaro, Forças Armadas, Judiciário, não podemos apostar em alianças com a direita golpista responsável pelos diversos ataques que deixam hoje nossa classe na miséria, na fome, na precarização como faz a chapa Lula-Alckmin, que não questiona em nenhum momento o papel e privilégios dos militares dentro e fora da política. Muito menos no judiciário autoritário que aprofunda os ataques contra os setores oprimidos, como os povos indígenas e mulheres (como a votação do Marco Temporal, ou o escandaloso caso de uma juíza em Santa Catarina coagindo uma criança a ter um filho fruto de um estupro) e contra a esquerda, como na cassação do mandato de um vereador petista, ou o processo contra Glauber Braga do PSol e a intimidações e ações do STF contra o PCO. Precisamos enfrentar esses setores nas ruas contra os privilégios dos militares, pelo fim do tribunal militar, punição aos responsáveis pela ditadura, com uma saída de independência de classe sem ilusões na direita, nos patrões, na burguesia em todas as suas esferas que sugam nossas vidas diariamente.

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