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Deflação e desemprego | Recuperação parcial da economia não se reflete na vida do trabalhador

Segundo dados do IBGE, o índice oficial que mede a inflação, o IPCA, registrou queda pelo segundo mês seguido, com 0,36% de queda. Isso significa que os preços estão deixando de crescer. No entanto, isso não se reflete diretamente em uma melhora nas condições de vida da classe trabalhadora, pois o desemprego e a informalidade seguem sendo a realidade de milhões de brasileiros.

sexta-feira 9 de setembro de 2022 | Edição do dia

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A recuperação parcial da economia, com um tímido aumento do PIB no segundo trimestre (2,5%) e uma deflação de 0,36% no mês de agosto serão utilizadas pelo governo Bolsonaro como parte de sua campanha eleitoral. Esse crescimento, no entanto, é passageiro, baseado em picos de demanda.

A queda no preço dos combustíveis é um dos principais fatores dessa retração dos preços. É importante lembrar, no entanto, que essa melhora no preço vem depois de uma série histórica de altas, com a gasolina chegando a 10 reais o litro em alguns estados brasileiros no mês de março, como no Acre. Outros produtos, como o leite, que teve um aumento de 25% do preço no mês de julho, agora tem uma queda de 1,78% em agosto. Ou seja, essa recuperação se dá em cima de uma queda desastrosa.

O governo Bolsonaro irá fazer sua demagogia com esses resultados, mas não podemos esquecer que ele foi responsável pelas reformas junto à direita, o centrão, o STF e todos os atores políticos do regime que implementaram as reformas depois do golpe de 2016, como a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista e a Reforma do Ensino Médio.

Por conta dessas reformas, hoje a classe trabalhadora amarga um índice de informalidade de 26,7% no setor privado, 23,1% no serviço público e 74,9% entre os trabalhadores domésticos. Esse cenário não irá se reverter por picos de demanda durante alguns meses, ele só pode ser enfrentado de maneira consequente com a revogação de todas as reformas aprovadas no regime do golpe, o que Lula em aliança com Alckmin e a direita não têm interesse nenhum em fazer, como já declarado pelo candidato à presidência da república pelo PT.

Para que haja uma verdadeira mudança é necessária a mobilização da classe trabalhadora nas ruas para fazer ser cumprida a exigência da redução de jornada de trabalho para 30 horas semanais, dividindo o trabalho disponível entre empregados e desempregados para que todos possam trabalhar, como defendem os candidatos à deputado do MRT. Para isso é necessário que as centrais sindicais como a CUT e a CTB rompam sua paralisia frente ao governo de extrema-direita de Bolsonaro e organizem um verdadeiro plano de lutas para que a classe trabalhadora derrote o bolsonarismo e a direita na luta de classes. Começando agora pela ampla solidariedade e mobilização nacional frente à paralisação dos trabalhadores da Mercedes Benz de São Bernardo, que decidiram em assembleia lotada nesta quinta, por paralisar a fábrica até segunda contra as 3,6 mil demissões anunciadas pela empresa. É urgente organizar um plano de lutas nacional contra as demissões e o desemprego, unificando os trabalhadores das fábricas que estão sofrendo esses ataques, buscando responder de forma unitária com greves e manifestações conjuntas.




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