×

Fundo Eleitoral | Candidatos da direita, inimigos da juventude negra, mudam a autodeclaração em 2022 por mais verbas

Apoiadores e autores diretos dos ataques contra a juventude negra no país, compondo partidos como o PSB, União Brasil e DEM, declararam no novo cadastro para as eleições de 2022 que se vêem como pardos, garantindo acesso à mais recursos de financiamento público para suas campanhas reacionárias.

quinta-feira 18 de agosto de 2022 | Edição do dia

É um absurdo sem tamanho que candidatos do PSB, que em Recife carregam o dado revoltante de que 100% dos mortos pela polícia são pessoas negras, utilizem supostamente a autodeclaração como via para recepção de recursos eleitorais. A União Brasil e o DEM são compostos por parlamentares que defendem o recrudescimento da violência policial, profundamente ligada ao racismo no país e ao assassinato da juventude negra.

As novas regras para o fundo eleitoral aumentam a distribuição para partidos com candidatos negros. Além disso, de acordo com nova regra aprovada pelo Congresso em 2021, ocorre um aumento de distribuição do Fundo Partidário para partidos que acumulem mais votos para deputados negros, ou seja, o voto terá valor dobrado nos cálculos dos recursos destinados aos partidos.

Não se trata aqui de condenar a autodeclaração. É fundamental olhar de perto quem são os autores das mudanças e qual papel eles cumprem na vida da população negra do país, sendo em sua maioria apoiadores do governo de Bolsonaro, profundamente comprometido com a perpetuação do racismo no país, atacando por todos os lados a juventude negra, desde a violência policial até, por exemplo, a precarização do trabalho que submete milhares de jovens trabalhadores a jornadas imensas em cima de bicicletas, debaixo de sol e chuva e sem direitos trabalhistas, assim como a enorme categoria de mulheres negras que compõem o trabalho doméstico e pagam com seu suor os lucros dos capitalistas.

É por isso que não se pode confiar na direita golpista. A mudança de autodeclaração não apaga o histórico racista desses setores e de nenhuma forma colabora para o combate ao racismo e para a transformação da vida da população negra no país. Não é por meio da Frente Ampla formada no último 11 de Agosto, em defesa da democracia e com a leitura da Carta que une banqueiros, empresários e industriais com Lula, Alckmin e organizações de esquerda como PSOL, PCB e UP, que dizem defender os direitos do povo negro, que poderemos barrar o avanço da extrema direita e o aprofundamento da precarização da vida. É urgente que as centrais sindicais rompam com sua paralisia, principalmente a CUT e a CTB, junto às entidades estudantis dirigidas pela UNE, que convoquem trabalhadores e estudantes para se organizarem na luta de classes, confiando nas nossas forças e não naqueles que historicamente exploram e oprimem o povo negro.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias