Esquerda na França | Assembleias pela criação de uma nova organização revolucionária reúnem 400 pessoas na França

Imagem: assembleias gerais preparatórias em Toulouse, Paris e Bordeaux, para Congresso de fundação de uma nova organização revolucionária na França.

Cinco meses depois da Conferência Nacional que aprovou o chamado pela criação de uma nova organização revolucionária e três meses depois de uma bem sucedida Universidade de Verão nos Alpes que reuniu 500 pessoas para discutir este projeto, as datas para o Congresso de fundação de uma nova organização na França estão se aproximando.

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O Congresso acontecerá efetivamente nos dias 16, 17 e 18 de dezembro na região parisiense. Nas últimas duas semanas, começaram as assembleias gerais preparatórias que permitirão a eleição dos delegados ao Congresso. No programa destas assembleias foram feitas três discussões: situação internacional, situação nacional e a nova organização.

Em toda a França, trabalhadores de diversos setores, do transporte à petroquímica, passando pela saúde, educação, assistência social, limpeza e indústria alimentícia, além de estudantes do ensino médio e superior discutiram a crise atual crise global que inclui a guerra na Ucrânia. Frente a esses temas, os debates centraram-se na atitude dos revolucionários em relação à guerra, no papel da OTAN e do imperialismo no conflito e na necessidade de uma política independente, mas também no retorno com força da luta de classes no mundo.

Sobre a conjuntura nacional, os debates permitiram retomar a atual crise política, o papel da NUPES (Nova União Popular Ecológica e Social, coligação política liderada por Jean-Luc Melénchon do grupo La France Insoumise) e os limites de seu projeto institucional, os desafios de uma política de unificação da classe trabalhadora frente ao fortalecimento da extrema-direita, assim como um balanço da recente greve nacional dos petroleiros da Total e ExxonMobil, das greves por reajustes salariais e da política das grandes direções sindicais.

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As discussões tiveram como base três textos, disponíveis online a partir de domingo, propostos pela Comissão Provisória eleita em junho passado para dirigir o Congresso, pelo qual tais elaborações poderão ser ajustadas.

As assembleias aconteceram em diversas cidades da França: Toulouse, Bordeaux, Paris, Lille, Marselha, Montpellier, Nantes, Chambéry, Rennes, Metz, Estrasburgo etc
No total, entre participantes e observadores, 400 pessoas participam do processo de criação da nova organização revolucionária.

Essas assembleias foram acompanhadas de reuniões públicas, na presença de membros da atual direção do Revolução Permanente (da mesma organização internacional a qual constrói o MRT no Brasil), como Anasse Kazib ou Daniela Cobet. Estas pretendiam apresentar o processo do Congresso de forma mais ampla em torno de uma pergunta simples: "Por que construir uma nova organização revolucionária?"

Imagem: Reuniões públicas em Sarcelles, Saint-Denis e Paris

Em Sarcelles, Saint-Denis, Toulouse, Bordeaux, Rennes, mas também em universidades como Paris 8 ou Paris 1, esses encontros reuniram dezenas de pessoas e provocaram discussões acaloradas: qual balanço e quais diferenças com outras organizações da extrema esquerda? A revolução ainda é possível e como se preparar para ela? O que realmente significa ser marxista em 2022? Por qual projeto social pretendemos fazer a revolução?

Debates que mostram o interesse que desperta o engajamento revolucionário não somente em toda uma nova geração de estudantes e secundaristas, mas também de trabalhadores que vivenciaram as últimas batalhas da luta de classes no país europeu.

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