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Conciliação de classes | Alckmin tranquiliza empresários sobre Lula: "concordo em gênero e grau com reforma trabalhista"

Enquanto os trabalhadores e o povo pobre amargam com as reformas e privatizações aprovadas, implementadas e aprofundadas por Bolsonaro e Guedes, Geraldo Alckmin (PSB) foi a Goiás em reunião com o agronegócio e a Federação de industriais em campanha eleitoral em busca de aumentar o apoio para sua chapa com Lula, escancarando que a conciliação de classes não é capaz de apontar uma saída para a crise. Para isso garantiu que não revogarão nenhuma reforma.

Eduardo MáximoEstudante da UnB e bancário na Caixa

quinta-feira 22 de setembro de 2022 | Edição do dia

Foto: Sérgio Lima/Poder 360

A classe trabalhadora, os setores oprimidos e o povo pobre amargam uma crise econômica com rebaixamento brutal do nível de vida. Inflação, fome e desemprego são fruto de uma série de ataques aprovados desde o golpe institucional de 2016, aprofundados por Bolsonaro e Guedes, como a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência e a privatização da Eletrobras.

Bolsonaro disse na Rede Viva que as pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza, ou seja, com menos de 1,9 dólares para sobreviver por dia, estão acostumadas a viver assim e por isso não se preocupam com resoluções, além de indicar o uso do Auxílio Brasil, esta medida demagógica e eleitoreira, que não tem previsão para 2022. Os dados de junho de 2022 indicam que 63 milhões de brasileiros vivem nestas condições, o que não será abarcado pelo limitado projeto de Bolsonaro. Este que também minimizou a fome que assola a população, afirmando que “não é esse número todo”, sendo estes 33 milhões com fome e 58,7% dos brasileiros com insegurança alimentar. Não é este número todo porque do alto do seu gabinete sobram verbas para pães, leite condensado, e luxuosas carnes para os militares, enquanto na vida da população a fila do osso e do lixo seguem uma realidade.

Enquanto isso, Geraldo Alckmin (PSB) foi a Goiás em busca de aumentar o apoio para sua chapa com Lula. O Centro-oeste brasileiro é a região onde Bolsonaro possui mais base eleitoral principalmente por suas ligações com o agronegócio. Pesquisa IPEC mostra que o presidente está na frente nas pesquisas no DF e no Mato Grosso e empatado tecnicamente no Mato Grosso do Sul e em Goiás.

As palavras mágicas que Lula e Alckmin têm utilizado para agradar o mercado, empresários e os grandes latifundiários e conquistar seu apoio são “credibilidade, estabilidade, previsibilidade” que na prática querem dizer que não revogarão nenhum dos ataques feitos por Bolsonaro, como as reformas trabalhista e da previdência que são responsáveis pela miséria em que vivem milhões de brasileiros.

Isso se mostrou nessa viagem a Goiás, Alckmin em sua jornada ao Centro-Oeste busca ser o fiador de um projeto econômico para agradar a todos os interesses burgueses, em seu encontro com o ex-deputado Sandro Mabel (MDB) e lideranças do empresariado goiano, Alckmin recebeu cobranças sobre as “críticas” de Lula ao agronegócio e buscou minimizá-las.

Alckmin assinou embaixo a carta apresentada por Mabel e pela FIEG (Federação das Indústrias do Estado de Goiás) onde o primeiro ponto é a “garantir o direito a propriedade rural e urbana”, o segundo a “manutenção da reforma trabalhista”, Alckmin disse "concordo em gênero e grau com a reforma trabalhista e a propriedade privada" ao que Sandro Mabel respondeu dizendo: “o senhor nos dá tranquilidade com essa declaração”.

O ex-tucano ainda buscou apoio entre setores do PSDB que defenderam o governador Eduardo Leite do Rio Grande do Sul nas prévias do partido e que são liderados Giuseppe Vecci, e que junto a líder da câmara municipal de Goiânia, a evangélica Aava Santiago, declararam apoio a Lula.

O arco de alianças construído por Lula e Alckmin, junto a suas declarações, mostram como em sua cruzada eleitoral para derrotar Bolsonaro, que agora também conta com o discurso do voto útil para ganhar ainda no primeiro turno, vai se criando um pacto cada vez mais profundo com empresários, banqueiros, latifundiários, em resumo, nossos inimigos de classe e setores reacionários. Uma conciliação que nada pode ter de bom para a classe trabalhadora pois são justamente esses setores que buscam manter intactas as estruturas de exploração do capitalismo.

Uma resposta a situação de miséria, fome, inflação, empregos precários que caminham junto do desemprego, só poderá vir através de uma resposta independente dos trabalhadores nas ruas que defenda um programa operário que parta da revogação de todas as reformas, como a reforma trabalhista e a reforma da previdência, e as privatizações.




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