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29 DE MAIO | 5 motivos para unificar estudantes e trabalhadores nas ruas no dia 29 de maio contra Bolsonaro

Enquanto bolsonaristas, militares e golpistas se estapeiam na CPI da Covid, eles estão unificados para atacar os trabalhadores e a juventude. Cortam bilhões da educação, ameaçando fechar universidades como a UFRJ, querem legalizar demissões em massa sem acordo coletivo, avançam com a Reforma Administrativa. Confira 5 motivos do porquê a unificação da juventude com os trabalhadores nas ruas no dia 29 pode demonstrar que a aliança operário-estudantil pode ser explosiva contra um mesmo inimigo: o regime político do golpe institucional.

segunda-feira 24 de maio de 2021 | Edição do dia

1. Os cortes na educação são parte do plano de ataques contra toda a juventude e os trabalhadores

Bolsonaro, Mourão, militares e golpistas atacam juntos estudantes e trabalhadores. Bolsonaro e o Congresso Nacional aprovaram um orçamento R$4,2 bilhões menor que o de 2020, via Lei Orçamentária Anual, que atinge em cheio 69 universidades federais. A UFRJ, por exemplo, poderá não abrir suas portas no segundo semestre. Quem vai pagar esse preço não são os governos, nem os patrões, mas os já sucateados hospitais universitários referências de combate à covid e pesquisas relacionadas à vacinação, estudantes trabalhadores que recebem assistência, trabalhadoras terceirizadas, em sua maioria negras, que nem liberadas foram durante toda a pandemia. Eles querem atacar a juventude e os trabalhadores, para garantir que não sejam os patrões a perderem seus lucros em meio à crise que eles mesmos criaram. Por isso, Bolsonaro reedita a MP da Morte, que agora também vai permitir que as empresas adiem o pagamento do FGTS e suspendam o pagamento do INSS; a Câmara avança com a Reforma Administrativa; o STF está julgando a permissão de demissão coletiva. Nossa luta tem que ser por Fora Bolsonaro, Mourão, militares e todos os golpistas, porque eles são responsáveis por todos esses ataques.

2. Nossas lutas não podem ser divididas

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), dirigida pelo PT, está chamando uma manifestação no dia 26 por vacinas e auxílio emergencial. A União Nacional dos Estudantes (UNE), dirigida majoritariamente pela juventude do PCdoB, a UJS, pela juventude do PT e pelo Levante Popular da Juventude, chama uma manifestação para o dia 29, o Dia Nacional de Luta contra os cortes na educação. Nossa luta, contra Bolsonaro, o golpismo e seu plano de ataques, não pode ser separada. Os novos ares de mobilização podem ser sentidos pela revolta da juventude contra os cortes e também de trabalhadores que se colocam em luta pelo país, como foi a paralisação dos metroviários em São Paulo, a greve de um mês das trabalhadoras das fábricas fornecedoras da LG, paralisações de rodoviários no Rio Grande do Norte, Pernambuco, a luta de merendeiras no Rio de Janeiro, as greves de professores e profissionais da educação em São Paulo e em Minas Gerais. E para incendiar essas forças, temos que nos inspirar na luta da população na Colômbia e no Paraguai, que mostram que a população vai para a rua porque os governos capitalistas se mostram mais letais que o vírus.

Confira: Novos ares de mobilização e a adaptação à agenda da CPI: confiar nas forças da nossa classe e da juventude

3. Temos que confiar nas forças da nossa classe e da juventude

Bolsonaristas, militares e golpistas se estapeiam na CPI da Covid, apontando o que todos já sabemos sobre a negação de Bolsonaro na compra de vacinas, protegem os militares permitindo que Pazuello possa não falar, enquanto avançam com os ataques. O PT alimenta uma confiança nos trabalhadores e na juventude de que a CPI da Covid possa desgastar Bolsonaro até o impeachment, alentando saídas institucionais, para conter os ânimos de uma possível revolta e preparar a eleição de Lula em 2022. Por isso, diante dos novos ares de mobilização, temos que batalhar por espaços, em que possamos expressar as forças da nossa classe e da juventude, de auto-organização, com assembleias e reuniões em cada local de estudo e trabalho, presenciais e/ou remotas, em que tenhamos direito a voz e voto. Inclusive, no caso do movimento estudantil, organizações de esquerda, que compõem a Oposição de Esquerda da UNE, como PSOL, UP e PCB, deveria dar exemplo nesse sentido, se somando a esse chamado de unificação, nos Diretórios Centrais de Estudantes (DCEs) e Centros Acadêmicos (CAs) que têm peso.

Confira: Unificar a luta da juventude com os trabalhadores sem confiar nas saídas do regime golpista

4. A força dessa unidade é o que pode impor um programa emergencial para combater a pandemia

O Brasil está para alcançar 450 mil mortes por covid-19, pelos dados oficiais, por responsabilidade de Bolsonaro e dos governadores, que não realizaram e não realizam testes massivos, isolamento racional, liberação remunerada para os serviços não-essenciais e grupos de risco. A força da classe trabalhadora organizada, unificada com a juventude, pode impor um programa emergencial para combater a crise sanitária, de vacina para todos com quebra das patentes e sem indenização, proibição das demissões, testagem massiva, auxílio emergencial de pelo menos um salário mínimo para combater a fome que assola ¼ da população.

5. A aliança operário-estudantil é explosiva

A unidade entre a juventude e os trabalhadores já se demonstrou muito poderosa historicamente. Em maio de 1968, o movimento estudantil francês mostrava sua subversão contra a Reforma Universitária ao lado de uma classe operária combativa francesa contra a Reforma da Previdência. Uma juventude anti-imperialista, contra os horrores da Guerra do Vietnã e o avanço de Israel contra os palestinos. Juventude e classe trabalhadora deram exemplo de combate com suas barricadas. Também em 1968, no Brasil, um movimento estudantil com muita potência se colocava contra o excludente processo seletivo das universidades e contra a ditadura militar. E com a explosão da greve operária de Contagem, Minas Gerais, e Osasco, São Paulo, a juventude se soma a esses trabalhadores contra o arrocho salarial e a repressão do governo ditatorial. Em um cenário em que a população brasileira é atravessada pela pandemia, desemprego e fome, os novos ares de mobilização mostram que se estudantes e trabalhadores se unificam contra a miséria imposta pelo regime golpista e os capitalistas, é possível almejar uma sociedade livre de toda exploração e opressão.

Confira: Minicurso “1968 e o movimento estudantil”: após 53 anos, sejamos realistas, exijamos o impossível




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