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ESTUDANTES USP | 5 motivos para participar e construir a Assembleia Geral dos Estudantes da USP rumo ao 29M

Nesta quarta-feira, às 17h30, ocorrerá a Assembleia Geral dos Estudantes da USP, após mais de um ano e meio sem esse importante espaço de auto-organização. Motivos e temas não faltam para discutirmos e nos prepararmos para o dia 29 de maio, Dia Nacional em Defesa da Educação. Confira aqui alguns dos principais motivos para participar dessa assembleia.

Lara ZaramellaEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

terça-feira 25 de maio de 2021 | Edição do dia

No próximo sábado, 29, está sendo chamado um dia nacional em defesa da educação pública, contra os cortes e ataques à educação pelo governo Bolsonaro, que vem ameaçando fechar universidades federais, precarizando a educação e o futuro da juventude. Para combater esses ataques, assim como todo o reacionarismo do governo e todos os autores do regime político, precisamos confiar nas nossas forças, e para isso é fundamental espaços de auto-organização em cada faculdade e universidade, para organizar nossas demandas, debater os rumos da educação e como derrotar nossos inimigos.

Por isso, nós da Faísca viemos defendendo que o DCE Livre da USP construísse uma Assembleia Geral dos Estudantes, em que pudéssemos discutir e nos organizar rumo ao dia 29 de maio. Antes tarde do que nunca, para essa próxima quarta-feira, 26, às 17h30 via Zoom, ocorrerá a primeira Assembleia Geral do último 1 ano e meio para debater essa urgente e necessária pauta. Se inscreva aqui para participar da Assembleia Geral. E confira abaixo os cinco motivos principais de construirmos e participarmos deste espaço:

1) Os cortes anunciados às federais também ocorrem na USP! Cortes nas bolsas de permanência, demissão de terceirizados e arrocho salarial

A luta contra os ataques do governo Bolsonaro às federais é a luta de toda a comunidade de universidades estaduais como a USP. Vemos a precarização e iniciativas de privatização na educação pública em todo o país. Na USP isso é gráfico nos últimos acontecimentos, quando muitos estudantes foram surpreendidos com o atraso no pagamento das bolsas do PAPFE, que com míseros R$400, auxilia na renda e permanência dos setores mais pobres, em sua maioria mulheres, mães, negros, LGBTs e da periferia. Não só isso, o descaso e elitismo da reitoria com estudantes que necessitam de permanência estudantil se expressa também na repressão da polícia militar aos moradores do CRUSP nas últimas semanas. A repressão e perseguição à organização dos estudantes, trabalhadores e docentes se reforça também com o Estatuto de Conformidades da USP que agora a reitoria busca reeditar, mantendo a herança da ditadura militar dentro da universidade.

Enquanto o reitor e toda a burocracia universitária prioriza e mantêm seus supersalários de dezenas de milhares de reais, não só cortam o auxílio permanência dos estudantes e buscam reprimir trabalhadores e estudantes, como também não oferecem reajuste salarial digno aos trabalhadores efetivos e atacam com demissões aos terceirizados do Hospital Universitário, em sua maioria mulheres e negros, que garantem a limpeza e funcionamento do Hospital e que agora sofrem o perigo de passar fome no meio da pandemia. Esses ataques à USP fazem parte dos ataques à educação nacionalmente e, por isso, somos parte da mesma luta!

2) A importância dos espaços de auto-organização para organizar e massificar a luta: por assembleias democráticas com direito à voz e voto!

As assembleias são importantes espaços, em que os estudantes, tanto aqueles que se organizam em coletivos e partidos políticos, como os independentes, podem colocar suas visões, opiniões, propostas de atividade e saídas para os problemas apresentados. Para que o movimento seja verdadeiramente democrático é fundamental que haja assembleia sistematicamente. Vemos hoje a UNE, entidade que representa todos os estudantes universitários, não chamando assembleias nas universidades em que está ao redor de todo o país. E quando chama, tem sido com restrição de voz e voto, não sendo de fato democrático. Aqui na USP, o DCE é dirigido pelos mesmos setores que dirigem majoritariamente a UNE: PT, PCdoB e Levante Popular da Juventude. É preciso que questionemos, por que a UNE não organiza milhares de assembleias nas Universidades e Institutos Federais e Universidades Estaduais para unificar e massificar a luta? Motivos não faltam para reunir os estudantes e discutir as demandas, bandeiras e próximos passos para que nossa mobilização seja vitoriosa, para derrotar os ataques de Bolsonaro, Mourão e todo o regime político do golpe institucional de 2016 que vem descarregando a crise sobre as costas dos trabalhadores, dos jovens e setores oprimidos.

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3) “Se um povo sai às ruas em meio a uma pandemia é porque seu governo é mais perigoso que o vírus”: todos ao ato do dia 29, com todos os cuidados sanitários

Nos inspirando em nossos vizinhos colombianos que saíram às ruas contra os ajustes do governo de direita de Iván Duque com cartazes com estes dizeres, no próximo sábado é preciso ocupar as ruas do país demonstrando toda a força da juventude, do movimento estudantil, aliado aos trabalhadores e à população. Defendemos que o DCE Livre da USP construa um bloco unitário dos estudantes da USP para poder organizar a força do movimento estudantil da Universidade de São Paulo que tem um peso e história de muita luta, já cumprindo um papel fundamental em derrotar ataques.

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Em meio à pandemia e o isolamento social, sabemos do medo de sair de casa e do vírus. Entretanto, durante mais de um ano de pandemia, a maioria da população não teve direito à quarentena, seguiu se expondo em trabalhos precários, pegando transporte lotado, sem EPIs e com ameaça de demissões e flexibilização dos contratos. Isso foi o que os governos reservaram à maioria, e não planos de emergência, quarentena organizada, rastreio do vírus, testes massivos e agora vacinas para todos. Inclusive estando em casa, vidas negras como a de João Pedro, foram arrancadas pela violência policial ao longo de todo o ano de pandemia. Eles demonstram desprezo com nossas vidas, priorizando os lucros que só aumentam para eles, por isso precisamos nos organizar e gritar que nossas vidas importam!

4) É preciso unificar estudantes e trabalhadores nas ruas no dia 29 de maio, só assim teremos a força necessária para lutar contra Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas!

A história demonstra como a aliança entre estudantes e trabalhadores é explosiva, como ocorrido no mesmo mês de maio do ano de 1968, tanto em países como a França, como aqui no Brasil. Vemos que os cortes na educação são parte do plano de ataques contra toda a juventude e os trabalhadores. Por isso mesmo, nossas lutas não podem ser divididas. A CUT, maior central sindical do país dirigida pelo PT e que organiza cerca de 7 milhões de trabalhadores, está chamando uma manifestação no dia 26 por vacinas e auxílio emergencial, enquanto a UNE, majoritariamente dirigida pelo PT, PCdoB e Levante Popular da Juventude, chamam atos para o dia 29 em defesa da educação. Não podemos aceitar essa separação que só enfraquece ambos os movimentos que são importantíssimos e têm os mesmos inimigos a serem golpeados por nós! Por isso achamos que o movimento estudantil da USP, com seu peso e histórico, deve se colocar a favor desta unificação, para que o dia 29 conte com essa aliança explosiva nas ruas.

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5) Defender a educação pública contra esses cortes é defender um projeto de sociedade contra a precarização da vida e futuro da juventude

A cada ano o regime político golpista quer aprovar novos ataques, reformas e ajustes que precarizam a vida de toda a população trabalhadora, arrancando as perspectivas de futuro da juventude. As balas da polícia que assassinam a juventude negra, a reforma da previdência que nos fará trabalhar até morrer, a destruição do meio ambiente e a pandemia demonstram toda a irracionalidade capitalista e como lutar contra cada um dos projetos deste regime deve significar lutar por outro tipo de sociedade.

Mas não podemos nos paralisar! Pelo contrário, é preciso que confiemos nas nossas próprias forças. Por isso mesmo, nós da Faísca defendemos que diante de tudo o que está colocado, devemos apostar na auto-organização dos estudantes, aliado aos trabalhadores, para lutar contra todos os ataques e reformas que já foram aprovados, defendendo uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela nossa luta que possa justamente revogar a Lei do Teto de Gastos que é o que congela o investimento na saúde e educação até 2036, as reformas e demais ajustes implementados e aprofundados desde 2016 com o golpe institucional. As mais de 440 mil mortes arrancadas pela Covid, a fome que atinge mais de 19 milhões de brasileiros, o desemprego que só cresce, tudo isso está acontecendo agora! Não podemos esperar as eleições de 2022 como querem as grandes centrais sindicais e as entidades estudantis dirigidas pelo PT e PCdoB. Nosso papel político não pode ser votar de 4 em 4 anos. Com uma nova Assembleia Constituinte, poderíamos mudar as regras do jogo e não somente os jogadores.

Por tudo isso, chamamos os movimentos e partidos de esquerda a se unificarem na luta por romper com a paralisia das entidades estudantis e de trabalhadores que querem que esperemos as eleições passivamente. Nossa luta tem que questionar todo o projeto de sociedade que nos reservam. Bolsonaro não está sozinho quando nos ataca, por isso não podemos nos contentar com defender o impeachment que deixaria seu vice, Mourão, que reivindica a ditadura militar e diz que as dezenas de jovens negros mortos na chacina de Jacarezinho eram todos bandidos. Nossa luta precisa ser contra Bolsonaro, Mourão e todo o regime político, com as instituições golpistas como Congresso e STF que igualmente aprovam medidas que precarizam nossas vidas, educação, saúde e futuro.

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