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Racismo
Bombeiro militar atira em jovem negro por pular catraca no metrô de SP
Antonio Neves
Estudante de história da UFMG e militante da Faísca Revolucionária

Na última quarta-feira, dia 17, um jovem negro foi alvejado na Estação da Luz em São Paulo, após pular a catraca do metrô. O bombeiro responsável pelo disparo estava de folga, e, após entrar em conflito corporal com o jovem, atirou em suas duas pernas.

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Foto: Governo de Estado de SP

Este é mais um dos diversos casos de violência militar no Estado de São Paulo, governado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas, que hoje leva à frente no litoral paulista a operação policial que mais mata desde o Carandiru, a Operação Verão.

O caso é um retrato do caráter assassino e opressor das instituições militares. Após pular a catraca do transporte público, que cada vez mais se precariza e encarece, seguindo o projeto privatista do governador, que é apoiado pelo governo Lula-Alckmin, um jovem é alvejado e entra na Santa Casa em estado grave, baleado por um “agente de segurança”, que na verdade está, assim como sua instituição, a serviço de proteger em primeiro lugar a propriedade e o lucro, e não a vida de qualquer pessoa. O não pagamento da passagem de 5 reais, compreensível do ponto de vista da população pobre que cada vez mais se afunda na precariedade das condições de trabalho e no avanço da terceirização e da uberização, se torna motivo de colocar em risco grave a vida do cidadão.

Sancionada por Lula no início deste ano, a Lei Orgânica das PMs e Bombeiros Militares é um avanço na impunidade dos militares, dando mais garantias de que os assassinatos dos agentes da repressão sigam acontecendo sem punição, fazendo com que casos de violência como esse sejam cada vez mais recorrentes. Ao mesmo tempo em que o Senado, com o apoio da base governista, aprova uma PEC que busca criminalizar o porte de todas as drogas, aprofundando uma falsa "guerra as drogas", que tem como inimigo não o tráfico, mas sim a juventude negra e periférica brasileira.

Ou seja, enquanto a frente ampla, com sua política de conciliação de classes, fortalece a extrema direita, a juventude negra e periférica do país se desdobra em uma luta por sobrevivência, tendo como “oportunidade” o trabalho precário nos aplicativos ou o trabalho terceirizado sem direitos plenos. Pular a catraca do metrô é a saída para os jovens que têm seus direitos e seu futuro cada dia mais desmantelados pelo avanço das reformas como a trabalhista e de projetos como o PL da uberização, e o disparo pelo militar é o reflexo da preocupação primordial do Estado burguês e de seu braço armado, a proteção do lucro e a repressão da população pobre.

 
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