As filas superam quatro horas de espera, mesmo nas emergências. Somente casos com risco de morte estavam sendo atendidos. Semana passada essa triste marca de superlotação no Clínicas chegou a ser de três vezes o número de leitos.
Hospitais:
HCPA: 235,7%
Conceição: 117,6%
Instituto de Cardiologia: 192,8%
Santa Casa: 178,5%
São Lucas: 150%
Hospital Restinga: 216,6%
Hospital Vila Nova: 142,3%
UPAs:
Pronto-atendimento da Bom Jesus: 485,7%
Pronto-atendimento da Cruzeiro do Sul: 344,4%
Pronto-atendimento da Lomba do Pinheiro: 212,5%
Unidade de Pronto-Atendimento Moacyr Scliar: 229,41%
Uma situação dramática que atinge principalmente a grande parcela da população trabalhadora e pobre que mais depende da saúde pública. Também podemos afirmar que esse colpaso é resultado das políticas privatistas e de sucateamento da saúde pública e de toda a rede do SUS levada adiante por Sebastião Melo em Porto Alegre, Eduardo Leite no estado e também pelo arcabouço fiscal do governo Lula que aprofunda essa lógica de cortes e privatizações.
Recentemente, as e os trabalhadores do Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, travaram uma exemplar greve contra a tentativa de demissão em massa por parte da diretoria da Fundação Cardiologia e do governo Leite. Essa mesma crise atinge em cheio o hospital de Alvorada, e também os hospital de Canos, Viamão e Tramandaí, pelo menos. Trata-se de uma política privatista de entregar a administração dos hospitais públicos à instituições privadas que no momento em que não estiverem felizes com seus lucros encerrarão o contrato, demitindo trabalhadores e deixando a população sem acesso à saúde pública. Assim, o atendimento se concentra ainda mais na capital, levando ao colapso que estamos vivendo.
O programa Assistir de Eduardo Leite aprofunda essa lógica. Recebemos inúmeras denúncias de trabalhadores dos hospitais da região relatando que com essa política Leite reduziu ou não atualizou o repasse aos hospitais de acordo com a inflação, aprofundando a crise na saúde pública. Desse modo, sucateia o SUS e abre caminho para os grande empresários da saúde privada ampliarem suas redes e seus lucros.
Em Porto Alegre a lógica é semelhante. Melo entregou praticamente toda a administração das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), terceirizando 96% das unidades. Relatos dos trabalhadores mostram uma mudança nas metas, reduzindo a qualidade do atendimento e precarizando ainda mais a saúde pública.
Nós do Esquerda Diário, impulsionado pelo MRT, seguiremos denunciando essa política privatista que joga a população no adoecimento. Somente confiando em nossas próprias forças, como mostra o exemplo das trabalhadoras do Padre Jeremias, que podemos derrotar esses ataques e batalhar por um SUS 100% público sob controle dos trabalhadores e usuários.
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