Compuseram a mesa de abertura do encontro em São Paulo, Flavia Telles, professora da rede estadual de São Paulo; Lara Zaramella, estudante da USP; Fernanda P. Lucci e Tamires Carvalho, metroviárias, Silvana, trabalhadora terceirizada da saúde, Vilma Silva, trabalhadora do bandejão da USP; Grazi Rodrigues, professora do município de São Paulo; Juliana Cardoso, estudante da USP; Virgínia Guitzel, militante trans e estudante da UFABC e Bia Boldrini, estudante de história da Unicamp.
Encontro presencial no Rio Grande do Sul
Maíra Machado foi quem coordenou a parte nacional do encontro, junto a dezenas de professoras que agora estão se enfrentando contra o Novo Ensino Médio que ataca a educação pública e relega aos filhos dos trabalhadores uma educação cada vez mais precária.
O Encontro foi permeado pela imensa força da luta na França, que está demonstrando que a classe trabalhadora é poderosa e sua luta está mais viva do que nunca. Lorélia Freijó, militante francesa do grupo Revolução Permanente, enviou sua saudação ao encontro diretamente das manifestações que sacodem a capital francesa, batalhando contra a reforma da previdência que o governo Macron quer aplicar.
Representando o estado do Rio de Janeiro, Carolina Cacau tratou sobre a realidade das mulheres negras no Brasil, em um país onde o machismo e o racismo se cruzam para amplificar a exploração de milhões de mulheres por todo o país. Além disso, mostrando a força que tem o feminismo socialistas e sua aliança com a classe trabalhadora, diferente do feminismo liberal que apoia os ataques contra as grandes maiorias da população. Por isso, defendeu a perspectiva de uma luta independente dos governos, patrões e empresários, sem a qual não será possível derrotar o patriarcado e o machismo. Junto com Cacau, participaram no Rio de Janeiro, Ana Paula e Patrícia, que fazem parte das Mães de Manguinhos, que lutam contra violência policial que assassina a juventude negra todos os dias, e que inclusive vitimou seus próprios filhos.
Encontro presencial no Rio de Janeiro
Myrian Bregman, deputada nacional da Argentina pela Frente de Esquerda dos Trabalhadores, e militantes do PTS e do Pan y Rosas, enviou sua saudação também ao encontro, expressando que o Pão e Rosas é uma organização internacional presente em mais de 14 países e relatando a forte luta das argentinas pelo direito ao aborto.
Uma forte delegação de metroviárias, com Fernanda P. Lucci, Tamires Carvalho, Marília Rocha e Larissa Ribeiro expressaram a força da luta das metroviárias e metroviários que foram linha de frente da greve que se enfrentou duramente contra o governo de extrema-direita, e herdeiro do bolsonarismo, de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, expressando que o Pão e Rosas sempre esteve à frente dos principais processos de luta de classes do país.
Encontro presencial em Minas Gerais
Silvana e Vilma falaram sobre a importância da efetivação das trabalhadoras terceirizadas na Universidades e no serviço público, sem necessidade de concurso, uma vez que muitas trabalhadoras trabalham por anos nesses locais e já provaram no seu cotidiano que podem cumprir esse trabalho. Ambas pernambucanas denunciaram o trabalho escravo e as expressões de xenofobia contra nordestinos, defendendo a unidade dos trabalhadores para lutar contra essas expressões absurdas da realidade brasileiro.
Andreia Pires, trabalhadora terceirizada da limpeza, falou sobre a importância de se organizar no Pão e Rosas, para fortalecer a luta das mulheres, denunciando a violência que milhares de trabalhadoras sofrem todos os dias, chamando à todes a se juntar para acabar com a exploração e a opressão.
Victória Gordon, caloura da Ciências Sociais na Unicamp e militante da juventude Faísca Revolucionária, falou sobre as centenas de estudantes que se organizaram nas universidades, e organizando o Tour Comunista, e que assim puderam apresentar a história da Universidades para muitos colores a partir do pontos de vista dos explorados e oprimidos, e não das empresas e da lógica mercantilista que domina vários desses centros de excelência.
Encontro presencial em Brasília
Virgínia Guitzel, militante trans e estudante da UFABC, expressou a importância da luta LGBTQIA+, com uma relato emocionante, expressou a batalha que é a luta das LGBTQIA+ pelo direito ao próprio corpo e contra a transfobia, lembrando também que foi linha de frente da luta pelas cotas trans na UFABC, primeira universidade no sudeste a ter cotas trans.
Janeide Souza, da secretaria de negras e negros do Sintusp também enviou sua saudação, a partir de uma categoria que sempre foi protagonista das lutas em defensa da educação pública e das trabalhadoras terceirizadas.
Ainda ocorreram falas nacionais, de diversos estados mostrando a força que tem o Pão e Rosas no país todos com Erika Thuanny, estudante da UFRN em Natal; Val, enfermeira e estudante de Ciências Sociais da UFPE em Recife; Leidi Miranda, estudante de farmácia da UFMG em Minas Gerais, Mariana estudante de artes e Rosa, militante trans não binária, que são estudantes da UNB, e Giovanna Pozzi, estudante de história da UFRGS trataram de diferentes temas sobre gênero e sexualidade.
Entre vários temas, denunciaram o caso de transfobia do reacionário Nikolas Ferreira, defenderam o direito ao aborto, livre, legal e gratuito, bandeira que o PT sempre rifou em acordo com os setores mais conservadores da sociedade, além de colocaram o combate a todos os opressores e explorados que impõe uma heteronormatividade que violentam as pessoas não-binárias e LGBTQIA+.
Encontro presencial em Recife
Diana Assunção, fundadora do Pão e Rosas Brasil e e organizadora do livro A Precarização tem rosto de mulher, encerrou o encontro saudando a luta de classes na França e como esses processos reafirmam a força das ideias comunistas nos dias de hoje, contra todos os ataques da burguesia e as deturpações stalinistas que o comunismo sofreu ao longo da história. Convocou a todes a encampar uma forte campanha contra a precarização do trabalho que no Brasil tem cara de mulher negra, dizendo que o próprio governo Lula-Alckmin já afirmou que não irá revogar a reforma trabalhista, e cabe às mulheres tomar essa bandeira em suas mãos, e impor uma luta independente do governo da frente ampla. Falou também sobre a nova publicação do livro Mulheres, Revolução e Socialismo, pelas edições Iskra, que é a maior coletânea de textos clássicos do marxismo sobre gênero e sexualidade.
A parte nacional do evento terminou com todes os presentes cantando a música do Pão e Rosas, e na sequência, o encontro seguiu com as dinâmicas estaduais por todo o país.
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