Mesmo no Dia das Mães, último domingo (9), ocupação teve a presença de muitos trabalhadores / Foto: Marcius Barcelos / Brasil de Fato
A paralisação foi espontânea e vem recebendo apoio de diversos setores, como o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São João del Rei e da subsede do SindUTE (sindicato único dos trabalhadores em educação). Os motoristas pararam às 6h da manhã de sexta e estão lutando desde então, enfrentando a fome, o desrespeito da empresa e a coragem de ocupar a empresa durante tantos dias.
"Chegou a informação, por parte da administração [da Viação Presidente], que o pagamento seria feito. Mas deu o quinto dia útil, véspera do dia das mães, e não caiu, acumulando três meses. Muitos não aguentaram mais e foi o estopim, motivo dessa paralisação", relata um funcionário da empresa há dois anos para o Brasil de Fato.
A empresa é a única a atuar na cidade, portanto o transporte está totalmente paralisado. O desrespeito com os trabalhadores vem se alongando desde o ano passado. Segundo trabalhador da empresa, em entrevista para rádio local, o salário de setembro e outubro foi parcelado e parte dele não foi pago.
Até agora a empresa sequer se manifestou sobre a paralisação dos trabalhadores. Não enviaram nenhum representante da empresa, nem mesmo o prefeito. Como afirmou um dos trabalhadores, Jefferson (em vídeo que pode ser visto abaixo), nem o sindicato da categoria deu suporte para a luta, apenas outros (como o dos metalúrgicos, da saúde, da educação e da construção civil). A situação dos trabalhadores é dramática. Existe funcionário passando fome, com Covid, entubado, despejado de casa… É preciso cercar de solidariedade essa ocupação e a luta dos motoristas em defesa de seus direitos.
As ações de solidariedade podem ser vistas na página do SindUTE.
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