Foto: Reprodução
O deputado federal Marcelo Freixo segue traçando seu caminho cada vez mais à direita, tendência que vem se acentuando. Em 2018 Freixo fez da segurança pública e do apoio à militarização da política uma marca. Após a eleição de Bolsonaro passou a defender unidades com golpistas e burgueses, semeando a falsa ideia de que isso, e não uma saída da classe trabalhadora, seria capaz de derrotar o governo da ultradireita. Desta vez em meio às eleições de 2020 da qual ele desistiu, Freixo em vídeo pede voto para um vereador do Cidadania. Trata-se do antigo PPS, partido que abriga políticos capitalistas e já teve em suas fileiras nomes de alto escalão de governos nada progressistas, como o ex-presidente Itamar Franco, Raul Jungman e o próprio Ciro Gomes, e cujas alianças com o DEM e o PSDB são recorrentes.
Freixo chama voto em Armed Rio, um empresário do setor de bares e restaurantes, diretor do Cadeg (Centro de Distribuição do Rio de Janeiro). Um candidato à vereador representante dos patrões. Marcelo Freixo presta o desserviço de promover um candidato do mesmo Cidadania, que foi golpista e que por unanimidade aprovou a reforma da previdência que precariza a vida de milhões de brasileiros, deixando claro que o seu compromisso é com a adaptação do programa e das alianças políticas, não com a classe trabalhadora, mas com porta-vozes dos interesses capitalistas.
Este não é um mero deslize na trajetória de Freixo, trata-se de uma concepção estratégica, abertamente contrária a promover a aliança entre as fileiras dos trabalhadores e do povo, a única que pode oferecer uma saída para a crise que assola o país. Uma estratégia que está no sentido oposto a unificar na luta de classes o enorme contingente de trabalhadores precários, muitos dos quais gastam suas vidas em restaurantes e bares do Rio turístico, em troca de salários muitas vezes miseráveis e sem direitos, com os dos setores estratégicos.
Tanto não se trata de um deslize, que Freixo recentemente defendeu que um quadro do PSOL recebesse doação de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo FHC e banqueiro até hoje e colocou o imperialista Biden como representante da democracia.
Com mais essa escandalosa declaração, Marcelo Freixo mostra que os rumos que aponta para o PSOL é de aprofundar, e não combater como alega, o regime do golpe se colocando como palatável para setores do centro e da direita, e para o empresariado capitalista, e se propondo a junto com eles a administrá-lo. Deixando de lado qualquer traço de independência de classes, fazendo alianças com partidos golpistas como PSDB, DEM, PSC e MDB que diariamente atacam os direitos dos trabalhadores, aprovando reformas do Governo Bolsonaro. Caso idêntico ao de Santo André(SP), onde o PSOL se coligou com a REDE. Indo por essa direção, o PSOL traçará um caminho cada vez mais parecido com o do PT, ou talvez até mais adaptado, negando-se a apresentar uma alternativa real aos trabalhadores de ruptura com o capitalismo, confiando nas mesmas instituições e partidos que são responsáveis pelo aumento crescente do autoritarismo.
Contra esta política de adaptação e aliança com os que querem atacar os trabalhadores, viemos lutando com nossas candidaturas para fazer dessas eleições um espaço de combate e para organizar uma alternativa independente. Não será aliando-se à direita e aos capitalistas que se salvará os interesses dos trabalhadores e do povo, mas colocando abertamente a necessidade de lutar contra o governo de Bolsonaro e Mourão, contra o Legislativo e o STF golpistas, levantando a necessidade de lutar por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana. Não tem nada a ver com qualquer posição que mereça o nome de esquerda, sentar e apoiar os patrões que foram a espinha dorsal que sustentou o golpe aplicado pelas instituições do regime. Uma posição elementar que precisa nortear todos os que querem uma saída dos trabalhadores e do povo urgentemente.
|