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JANAÍNA PASCHOAL
Janaína Paschoal dá razão à falta de verba para universidades: a cerveja
Mateus Castor
Cientista Social (USP), professor e estudante de História

Janaína Paschoal, umas das personagens grotescas do golpe em 2016 e que conseguiu se alçar para Deputada Estadual, surgiu com uma proposta de “proibir o consumo de álcool na universidade”, colocando que as entidades estudantis, diretórios, centro acadêmicos, atléticas e baterias, não poderiam mais estabelecer contratos com empresas privadas ou exercer atividades econômicas. Na prática, muito além de um moralismo retrógrado em defesa da moral e dos bons costumes, se trata de um ataque às entidades estudantis, tirando sua capacidade de autonomia.

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A puritana Janaína Paschoal em entrevista à CBN teve a oportunidade de explicar sua proposta. Disse que a venda de bebidas pelos estudantes se trata de um ato corrupto, já que compram e vendem barato as bebidas, sem a cobrança de impostos. Para ela esse é o maior problema dos ambientes acadêmicos. Chegando a afirmar que não há verba para pesquisa e manutenção das universidades públicas porque os alunos passam mais tempo nos bares do que nas bibliotecas, diminuindo a pesquisa e o retorno. Sim, isso não é piada.

O problema para golpistas reacionários, igual a deputada, não é o corte na CNPq de mais de 40% ou as posições e medidas de Bolsonaro que visam a destruição da pesquisa e ciência no Brasil. Juízes recebem no total 900 milhões para auxílio moradia, mesmo com os seus super salários e outros privilégios, enquanto a CAPES recebe 300 milhões do governo, mais isso não é um problema digno de atenção, afinal, ela faz parte desta mesma casta. Obviamente, a degradação e sucateamento das universidades se deve aos estudantes vagabundos que se entregam ao diabólico álcool, que corrompe nossos jovens brasileiros e professores.

O problema não é o consumo abusivo de álcool, se o fosse, sua preocupação não seria a repressão e controle do que estudantes consomem, e sim a falta de bolsas, permanência e emprego na juventude, com mais de 28% de desempregados.

Se Janaína colocasse o pé na universidade veria o quanto sua realidade paralela é tosca. Por trás do moralismo e proibicionismo está o objetivo de atacar a autonomia e os espaços de convívio dos estudantes, atacar as festas universitárias e proibir as atividades econômicas das entidades têm como consequência a retirada da autonomia do movimento estudantil e um ataque descarado aos escassos espaços de convívio onde os estudantes podem interagir, debater e discutir sobre os problemas na educação. Assim como Bolsonaro quer acabar com a filosofia e a sociologia nas universidades, Paschoal compartilha da mesma essência inquisitorial contra o ensino público.

 
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