“Se o Bolsonaro ganhar, pode preparar os sacos pretos, porque vai ter muito inocente para entrar dentro deles", disse a empregada doméstica enquanto participava de um ato de apoio ao candidato Fernando Haddad (PT) na favela da Maré, RJ nessa terça-feira, (23).
No dia 20 de junho, Marcos Vinícius, 14 anos, estava a caminho da escola, uniformizado, quando foi atingido por um tiro na barriga. O estudante foi socorrido, mas morreu horas depois.
Antes de morrer, o menino teria dito à mãe que o disparo que o atingiu partira de um blindado da polícia. O complexo da Maré foi alvo de uma operação policial realizada pela Polícia Civil naquele dia e contou com apoio do Exército e da Força Nacional.
A intervenção Federal golpista no Rio de Janeiro deixa um rastro de sangue negro e proletário e com a hipócrita mensagem de combate à violência, vem exterminando brutalmente jovens, negros, mulheres e a população pobre das favelas.
“Meu filho Marcos Vinícius foi morto aos 14 anos de idade com a camisa da escola. Ele estava no caminho certo, no lugar certo e na hora certa. A culpa não foi nossa”, afirmou Bruna. E enfatiza: “Eu não quero que o 17 ganhe porque ele é a favor de arma de fogo".
Nós do Esquerda Diário defendemos o fim imediato dessa intervenção assassina, que todos os "autos de resistência" sejam julgados por júri popular. O problema da violência urbana é fruto da falta de direitos básicos como saúde, educação, emprego e moradia, e não mais repressão e grupos armados.
Dados oficiais do governo mostram que há uma ligação direta entre a economia e violência, defendemos um programa dos trabalhadores, como o não pagamento da ilegítima dívida pública pra que os recursos se voltem a necessidade da população, o confisco dos bens de políticos corruptos, assim como que os trabalhadores controlem os recursos da Petrobrás 100% estatal.
Também acompanhamos o ódio de todos os jovens que votarão no Haddad contra Bolsonaro, e contra essas eleições golpistas manipuladas pelo judiciário, que para impor uma mudança reacionária no regime retiraram o direito da população votar em quem quisesse. Mas nosso voto é crítico, pois não compactuamos com a política petista puramente eleitoreira, nem com seu programa que em momentos de crise significou ajustes contra os trabalhadores.
Exigimos que as centrais sindicais organizem a luta, e que em cada local de trabalho e estudo nos mobilizemos para além das urnas, a partir de comitês para derrotar Bolsonaro, os golpistas, a extrema direita e as reformas na luta de classes. Assim como a abjeta intervenção Federal não pode derramar mais sangue de jovens, estudantes, negros, mulheres e da classe trabalhadora. É preciso levantar essa grande força pra que sejam os capitalistas a pagarem pela crise.
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