Em nota, a prefeitura de Campinas explicou que o contrato com a Vitale tem um teto de R$ 11 milhões por mês, com repasse em dia. Explica que a instituição recebe por produção, e por isso, embora haja o teto, não significa que recebe sempre o valor total. Diz que tudo está de acordo com o que é praticado no mercado. Sobre as conversas com a Vitale, diante da crise e do déficit nas contas da OS, a administração municipal não se pronunciou.
Em março de 2016, porém, segundo o jornal Correio Popular, os trabalhadores já denunciavam falta de equipamentos básicos para saúde no hospital, como gaze e equipamentos para exames. Em agosto deste ano, novamente os trabalhadores do hospital denunciaram o descaso da administração do hospital com os pacientes, veja aqui.
Aplicar questionário de avaliação da satisfação dos usuários
As metas não foram cumpridas e essa realidade não vai mudar. Na realidade, o que vemos é como a realidade do Complexo hospitalar do Ouro Verde passa longe de tais metas. Para resgatar algumas das situações que passam os usuários e funcionários do hospital, como a falta de pagamento, é uma falta de estrutura histórica que não atende à demanda da população.
Importância do hospital para a cidade (dados 2015):
O complexo hospitalar de Campinas tem cerca de 1,4 mil funcionários, 250 leitos e encerrou 2015 com a realização de 9,1 mil cirurgias, 5,5 mil internações, 160 mil atendimentos no pronto-socorro e 805 mil procedimentos ambulatoriais. Em 2015, o complexo hospitalar realizou cerca de 1 milhão de procedimentos.
A implantação do Complexo Hospitalar Ouro Verde teve início há 26 anos. A preparação, com aquisição de terreno para a implantação do hospital, foi iniciado em 1989, no governo de Jacó Bittar (na época no PT), mas as obras só tiveram início em 1991. A construção parou em 1992 e foi retomada em 1995, com previsão de estar concluída em sua totalidade.
A construção do hospital é modular, ou seja, formada por módulos que podem ir se agregando ao prédio principal, ao mesmo tempo que novos serviços vão sendo implantados.
Projetado para ter 220 leitos, o hospital enfrentou desde falta de recursos até problemas com licitação das obras, o que atrasou o cronograma inicial.
O projeto original previa investimentos de US$ 29,7 milhões, além de outros US$ 14,2 milhões em equipamentos. o governo do PSDB foi construído, em 1996, o pronto-socorro com 20 leitos de retaguarda e uma policlínica.
A construção de fato do hospital começou em 2006 e só foi inaugurado, incompleto, em 2008, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O Hospital Ouro Verde está em estado de calamidade pública e os médicos estão sem condições de atender a população”, explica Casemiro Reis, presidente do Sindicato dos Médicos de Campinas e Região (Sindimed).
Jonas Donizetti vem cortando o financiamento de diversos hospitais importantes como o Celso Pierro, mas também como o Hospital das Clínicas da Unicamp e do Mário Gatti. Com isso, ele está seguindo muito bem a linha do governo federal. Em primeiro lugar, os anos de governo Dilma, vimos o que estava reservado para a saúde. Agora, Temer vem aprofundando o projeto destinado para a saúde, congelou o financiamento para a saúde por 20 anos, e declarou que os idosos deveriam pagar mais alto pelos planos de Saúde. Em primeiro lugar, não deveriam nem estar pagando pelo acesso a saúde, um direito básico que deveria estar sendo garantido pelo estado de forma gratuita.
Essa linha de sucateamento da saúde, vai de encontro a privatização, que é o projeto do governo Temer. E que já temos a experiência aqui, com o Hospital Ouro Verde e podemos comprovar de que privatizar não resolve o problema de administração e de sucateamento da saúde, isso significa um projeto muito maior inclusive.
Na realidade esta situação dramática na saúde impacta diretamente com piores condições de trabalho e atendimento no hospital, que inclusive tem um histórico de reivindicações, somente esse ano, foram três greves devido à falta de pagamento e más de condições de trabalho.
Inclusive, o próprio CREMESP, Conselho Regional de Medicina de São Paulo foi realizar uma investigação e uma sindicância sobre o estado do hospital. O relatório ainda não tem data para sair, mas em uma primeira análise, confirmou-se a falta de material hospitalar e o atraso no pagamento de ex-trabalhadores da unidade.
O estado do hospital Ouro Verde é de calamidade e não é de agora. Sua entrega para a iniciativa privada, não melhorou, pelo contrário aprofundou, os problemas do hospital. Precisamos defender que ele continue a existir e que saia das mãos das organizações sociais, e volte a ser público. Porém, mais do que isso, é preciso que este seja público e que esteja sob o controle daqueles que utilizam diariamente seus serviços e daqueles que fazem com que estes aconteçam.
É fundamental que defendemos o Hospital Ouro Verde, junto a todos os demais, como os estudantes da PUC, que deram o exemplo com a defesa do Celso Pietro, como podemos acompanhar aqui.Precisamos defender, e dizer que a nossa saúde não vale o lucro deles. Não vale o sucateamento dessas instituições básicas para uma vida digna à população de Campinas e região.