No dia internacional das mulheres, o Pão e Rosas esteve em diversos cantos do país lutando contra Bolsonaro, Mourão e todo regime do golpe. As mulheres são as mais afetadas pela crise capitalista agravada pela pandemia, por isso, nesse 8 de março, mesmo sem poder estar nas ruas já que os atos foram suspensos devido a dramática situação de colapso sanitário no país, as mulheres do Pão e Rosas usaram toda a criatividade para marcar que esse dia é uma dia de luta e a organização das mulheres junto a classe trabalhadora é essencial para conseguirmos superar o machismo, o racismo e o patriarcado.
terça-feira 9 de março de 2021 | Edição do dia
Depois de um grande plenária que reuniu mais de mil mulheres e LGBTs em todo pais, o Pão e Rosas teve como um das principais resoluções de sua plenária a proposta de impulsionar nesse 8 de março diversas ações sobre a luta das mulheres, especialmente a luta das mulheres trabalhadoras linha de frente do combate a pandemia.
O grupo de feminista socialista tinha sofrido um absurdo veto que as impedidiu de colocar seu posicionamentos não só contra Bolsonaro, mas também contra Mourão e todo regime do golpe institucional no ato que aconteceu no domingo dia 7 de março. Esse veto aconteceu porque as organizadoras do ato nacional, militantes do PT, PCdoB e setores do PSOL, burocraticamente decidiram que o fato do Pão e Rosas não concordar assinar o manifesto unificado que sequer falava do golpe institucional, do Mourão e apontava como estratégia política para as mulheres a luta pelo impeachment, justificaria que esse coletivo com anos de atuação no movimento de mulheres não pudesse também ter uma fala no ato virtual. Várias intelectuais, o PSTU e a coordenação nacional da Conlutas se posicionaram contra esse veto bastante arbitrário e pelo direito de fala do Pão e Rosas.
Como colocou Letícia Parks, as manobras burocráticas "não vão calar a nossa voz", ainda mais diante dos inúmeros sofrimentos pelos quais nossa classe vem passando, e diante de todo machismo desse governo e das instituições patriarcais como o judiciário e o congresso. Foi assim, que motorizadas pela força da luta das trabalhadoras da saúde e pela energia vibrante de nova geração feminista, que aos 12, 13, 14 anos vem descobrindo que se queremos derrubar o patriarcado é preciso lutar também contra o capitalismo, que o feminismo socialista do Pão e Rosas se fez presente impulsionando um twittaço onde colocava no centro a luta das mulheres contra Bolsonaro, Mourão e os golpistas.
8M: Por um feminismo socialista contra Bolsonaro, os golpistas e os capitalistas
No Brasil Bolsonaro e os governadores tem como prioriedade reformas e ataques que atingem principalmente as mulheres que já são maioria entre desempregados. Enquanto isso morremos pela pandemia. Por um 8M, com as trabalhadoras da saúde a frente, pra enfrentar todo esse governo!
— Diana Assunção (@DianaAssuncaoED) March 8, 2021
STF e judiciário não são aliados das mulheres na luta contra o patriarcado. Não esquecemos o show de horrores da audiência da Mari Ferrer, onde inventarem a figura ridícula do "estupro culposo". #vacinaparatodos #forabolsonaroemourao #feminismosocialista#8M2021
— Cristina Santos (@Crislilly) March 8, 2021
Hoje meio a uma crise histórica temos à nossa frente o desafio de nos organizarmos unicamente ao lado da classe trabalhadora e tomar em nossas mãos o futuro da humanidade, batalhando por uma vida plena de sentido. Milhares de mulheres se levantaram e se atreveram a fazer isso +
— Pão e Rosas (@Pao_e_Rosas) March 8, 2021
Da linha de frente do Metrô de SP seguimos na batalha neste 8 de março #DiaDasMulheres por #vacinapratodos, pelo #forabolsonaroemourao e pelo#feminismosocialista!#8M2021 pic.twitter.com/aD1hA1UHYV
— fepeluci (@fepeluci) March 8, 2021
Em MG e mtos estados o sistema de saúde está + uma vez à beira do colapso. Na Amazônia, pulmão do mundo, a população morre com falta de ar. No Acre mulheres e meninas fogem das enchentes, da dengue, da Covid. Transformar nossa tristeza em luta e organização #forabolsonaroemourao
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) March 8, 2021
Nesse 8M, to c/ as trabalhadoras da saúde do RN, q tem q lidar c/ colapso de leitos de UTI, enquanto Fátima Bezerra (PT) oferece repressão pra juventude, especialmente da periferia, como em Brasília Teimosa @Pao_e_Rosas #FeminismoSocialista #VacinaParaTodos #ForaBolsonaroeMourao
— . (@qqfoimarie) March 8, 2021
A UnB já foi palco de casos absurdos de violência contra a mulher.Neste #8M2021 as estudantes da UnB precisam estar na linha d frente contra o machismo e os ataques, ladoalado c as trabalhadoras, professoras, terceirizadas pelo #forabolsonaroemourão e por um #feminismosocialista
— luiza (@lulunenem) March 8, 2021
"A libertação da classe trabalhadora deve ser obra da própria classe trabalhadora" Rosa Luxemburgo@Pao_e_Rosas #8M #vacinapratodos #forabolsonaroemourao #feminismosocialista
— lado comunista da força (@evfzeizaz) March 8, 2021
Em Campinas, Belo Horizonte e Rio Grande do Sul as mulheres do Pão e Rosas realizaram intervenções com faixas na cidade, em que também reinvindicavam o direito ao aborto legal, seguro e gratuito.
No Rio de Janeiro as mulheres do Pão e Rosas participaram do amanhecer do 8M panfletando para as trabalhadoras do Hospital Universitário Pedro Ernesto
Também participamos dos atos virtuais em Campinas e Natal e da intervenção em São Paulo, onde nossas companheiras estiveram na Ocupação Buracanã apoiando a luta das mulheres por moradia:
No instagram do Pão e Rosas você pode acompanhar mais da nossa intervenção
Vejam também: Confira as resoluções da plenária aberta do Pão e Rosas
Esse 8 de março também foi marcado pela decisão do ministro do SFT Edison Fachin que anulou o julgamento de Lula pela Lava Jato, uma decisão que mostra o papel do judiciário golpista, o mesmo que atuou fortemente em nome das reformas e para a manutenção da prisão arbitrária de Lula em 2018, agora reconhece que o julgamento era ilegal. Conforme declarou Diana Assunção, dirigente do MRT e fundadora do Pão e Rosas Brasil:
Depois de ser parte do golpe institucional e da prisão arbitrária de Lula, o Ministro Edson Fachin do STF em decisão monocrática que pode ser revertida pelo pleno do STF anulou as condenações a Lula. Como nós do MRT viemos denunciando +
— Diana Assunção (@DianaAssuncaoED) March 8, 2021
O Pão e Rosas sempre esteve na primeira linha do combate ao golpe institucional, denunciando cada uma das reformas, combatendo a prisão arbitrária do Lula sem prestar nenhum apoio político ao PT. Um grupo de mulheres que sempre combateu esse regime golpista e suas instituições, como o STF, entendo essa luta como parte da luta fundamental para defender o direito democrático das mulheres diante de cada avanço autoritário na disputa dos poderes da classe dominante. E fez isso, sempre de forma independente do PT, denunciando seu papel quando administrou esse sistema capitalista, conciliando com os reacionários e conservadores que hoje são base da extrema direita e dos golpistas. E das burocracias sindicais e do movimento de mulheres que em nome do apoio político aos governos petistas rifaram demandas históricas das mulheres como o direito ao aborto, e jamais combateram a precarização do trabalho. como a terceirização. Apontando uma caminho de luta das mulheres que passa por confiar em nossas próprias forças para derrotar Bolsonaro, Mourão e todo regime do golpe. E como as mulheres são a maioria da classe trabalhadora elas podem também estar na vanguarda da luta para que as burocracias sindicais saiam da trégua contra os ataques e organizem nossa classe para junto a toda população pobre e oprimida lutar contra cada ataque que está colocado hoje.