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Novo Governo | Transição aponta caminho do governo Lula-Alckmin: alianças com os reacionários do mercado da fé e manutenção das reformas

Desde a campanha, o novo governo Lula-Alckmin jamais falou em rever as reacionárias reformas que foram os pilares do governo de extrema direita de Bolsonaro, diretamente responsáveis por fazer com que a crise capitalista seja paga pelos trabalhadores. Já em seu discurso de vitória, Lula afirmou claramente que seu governo não seria um governo do PT, e sim com Tebet (MDB), Marina Silva (ITAÚ/REDE), Alckmin e além de outras forças da direita.

sexta-feira 4 de novembro de 2022 | Edição do dia

O movimento que vemos agora é de reaproximar parlamentares e pastores que até outro dia compunham a principal base de apoio de Jair Bolsonaro, mas que também já apoiaram Lula no passado. O futuro presidente da frente evangélica na Câmara, Cezinha de Madureira (PSD-SP), que no governo Bolsonaro foi um dos mais fiéis aliados, afirmou: “está aberto ao diálogo com o governo Lula para tratar de “pautas positivas” que envolvam geração de emprego, combate à fome e salário mínimo”. Até o nefasto bispo Edir Macedo, da Universal afirmou que é preciso "perdoar" o Lula, eleito por vontade de Deus.

Macedo já espera do governo Lula um balcão de negócios para tratar de seus assuntos diplomáticos, utilizando da atuação do Itamaraty para apaziguar o conflito da Universal com o governo de Angola, que expulsou pastores no ano passado e ainda investiga integrantes da igreja. Lembremos que foi Dilma Rousseff, a serviço da que vetou a divulgação de um material de combate à homofobia nas escolas, esse que ficou conhecido como “kit gay”. Tratava-se de uma política pública de combate a violência reacionária, esse que fortalece a extrema direita bolsonarista.

Combater o bolsonarismo passa por lutar para revogar integralmente a reforma trabalhista e da previdência, pautar a reestatização da eletrobrás e das refinarias da petrobrás, sem falar em combater a agenda conservadora dos costumes ditada por Bolsonaro. A poucas semanas o presidente eleito se colocou diretamente contra o direito ao aborto e divulgou uma carta às cúpulas evangélicas prometendo sua participação na política. A pergunta que fica é: como derrotar o bolsonarismo sem combater de seus pilares? Após a vitória as notícias já mostram o cenário: manutenção do orçamento secreto e das reformas, quadros bolsonaristas parabenizando a chapa vitoriosa, Lula costurando alianças com MDB, União e PSD.

Nesse momento onde o bolsonarismo está em ofensiva, com bloqueios em rodovias e expressivos atos golpistas, se reafirma que só a força da classe trabalhadora pode derrotar o bolsonarismo! É preciso que CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, saiam do imobilismo em que se mantém e convoquem o conjunto da classe trabalhadora a cortar a ameaça golpista pela raiz, unificando trabalhadores com a juventude e os setores oprimidos para barrar essas ações reacionárias do bolsonarismo, articulando com programa contra os ataques econômicos mais sentidos pela população e o combate frontal a misoginia, homofobia e o racismo. É esse o caminho, e não confiando no judiciário, nas forças repressivas ou nas alianças com a direita, como faz Lula-Alckmin, que iremos derrotar a extrema direita, mas sim com medidas efetivas de luta, sem nenhuma confiança nas instituições e no STF.




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