Trabalhadoras realizaram protesto na última segunda (06), e estão há mais de 3 semanas sem receber pagamento de vale-alimentação e vale transporte. Elas afirmam que a relação da empresa com as trabalhadoras é de "sequência de absurdos" e "uma falta de respeito".
quarta-feira 8 de junho de 2022 | Edição do dia
Trabalhadoras da limpeza que trabalham na empresa terceirizada GFG Recursos Humanos, que presta serviços à Secretaria Estadual da Educação (Seduc) denunciam a falta de pagamento dos seus vale-alimentação e vale-transporte. As trabalhadoras dizem que os auxílios não são pagos há mais de três semanas. Na segunda, dia 06, cerca de 180 trabalhadores realizaram um protesto em frente à sede da Seduc, exigindo o pagamento dos vales. Existe ainda a preocupação do salário também acabar atrasando.
As terceirizadas dizem que os atrasos têm sido comuns desde o início do contrato. Neste momento, afirmam que já é o terceiro mês consecutivo em que os valores não são pagos em dia. Ainda no mês de maio, a mesma empresa já havia sido alvo de protesto de trabalhadoras terceirizadas devido aos atrasos.
Entre os relatos colhidos das terceirizadas, a atuação da empresa foi descrita como uma "sequência de absurdos" e "uma falta de respeito".
A Seduc deu a desculpa, através de nota, que os atrasos do pagamento ocorreram devido ao atraso na entrega das documentações por parte da terceirizada no mês passado. Logo, o repasse ocorreu após o período contratual na qual se costuma a ser pago os valores.
"O que eles [Seduc] nos alegam é que estão multando e notificando, mas não está surtindo efeito. Então, que eles tomem providências para modificar o contrato, para que isso não aconteça", afirmou a representante das trabalhadoras terceirizadas.
Não é a primeira vez que recebemos denúncias de atraso no pagamento de benefícios e salários de trabalhadoras terceirizadas. Principalmente dos cargos de limpeza onde na sua maioria são mulheres negras que sobrevivem com salários baixíssimos que ficam cada vez mais defasados com o aumento da inflação e o preço dos alimentos.
O descaso com as trabalhadoras está por parte tanto da empresa terceirizada, e também pela Seduc, que tenta tirar sua responsabilidade justificando o não pagamento por questões burocráticas da terceirizada. A questão é que a terceirização é uma forma para explorar mais os trabalhadores, colocando-os em jornadas de trabalho iguais às de efetivos, mas com salários menores. Além disso, muitas empresas terceirizadas fecham e reabrem com novo CNPJ e deixam de pagar os funcionários.
Nós do Esquerda Diários apoiamos a mobilização das trabalhadoras que lutam pelo seus direitos e salários. Somente através da luta que pode enfrentar e arrancar os direitos que a patronal e o governo gaúcho de Ranolfo, através da Seduc, negligenciam a pagar.