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CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO | Saiba quem é Tadeu Mudalen, defensor da criminalização do aborto até em caso de estupro

O deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), autor da proposta que inclui na PEC 181/2015 a criminalização do aborto até em casos de estupros, tem extenso currículo de votação contra os direitos dos trabalhadores, da juventude e das mulheres.

Tassia ArcenioProfessora e assistente social

quarta-feira 20 de setembro de 2017 | Edição do dia

Está encaminhada para ser votada hoje, 20, na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, uma emenda proposta pelo deputado federal do DEM/SP, Jorge Tadeu Mudalen, na PEC 181/2015. A emenda do deputado propõe proibir todos os tipos de aborto, até aqueles já previstos em lei, como em casos de estupros.

A PEC 181/2015, que originalmente propunha o aumento da licença-maternidade em caso de partos prematuros, ficou conhecido como “cavalo de troia” no movimento de mulheres, pois após a inclusão da emenda do deputado Jorge Madulen, a PEC passa a ser um grande ataque aos direitos das mulheres com a alteração do deputado propõe incluir “desde a concepção” no artigo que se refere ao direito à vida, um velho debate trazido pela bancada evangélica e sua concepção religiosa, que privilegia o momento da fecundação em detrimento da vida de milhões de mulheres, como explicado aqui.

Os ataques de Jorge Mudalen não vêm de hoje. O político que está no seu sétimo mandato e passou por partidos como PMDB e PFL, antes do atual DEM, mostra que seus mandatos servem à classe dominante e por isso, ataca trabalhadores, juventude e as demandas democráticas das mulheres.

O deputado que votou pelo impeachment, também publicou no seu canal em rede social que “O aborto é crime abominável” e que “é cristão, defende a família e a vida”, mas hipocritamente, não fala sobre a vida das mulheres que enfrentam procedimentos inseguros de aborto por conta da criminalização que ele defende.

Mostrando que não é só contra as mulheres, o deputado votou pela redução da maioridade penal, um grande ataque contra a juventude, alegando que “a justiça foi feita”, em relação àqueles que “tem barbarizado o país”. Da barbárie da falta de acesso à educação, saúde, moradia, transporte, cultura e lazer que enfrenta a esmagadora maioria da juventude desse país, Jorge Mudalen também não diz nada.

Continuando sua política conservadora e elitista, o deputado do DEM deu seu “sim” para a reforma do ensino médio, para a PEC do teto dos gastos públicos, que congela os investimentos em saúde e educação e para a PEC que prevê cobranças nos cursos de extensão e em especializações das universidades públicas.

Figurando entre os que mais viajam ao exterior com dinheiro público, ao lado do deputado Claudio Cajado, também do DEM, que somadas as viagens de ambos, chegam a 21 países da Europa, das Américas e Ásia, Mudalen também usufrui de imensos privilégios pelo seu cargo, gastando R$ 826.685,69 do dinheiro público nessas viagens, em divulgação da atividade parlamentar, telefonia, combustível, táxi, manutenção de escritório, entre outros.

Mostrando que não quer “só” a juventude e as mulheres sem seus direitos, o deputado escancara seus interesses de classe: votou sim para terceirização irrestrita e para a reforma trabalhista, profundos ataques contra os direitos históricos da classe trabalhadora.

Todos esses exemplos do deputado contra as mulheres, a juventude e os trabalhadores, só reforçam que a nossa luta é uma só! O deputado é uma das expressões da direita reacionária e golpista que tem como primeiro plano manter os seus privilégios e esse sistema econômico.

Mudalen e essa direita sabem que o capitalismo se apropria das opressões para continuar de pé, e por isso articulam os ataques. No mês de luta contra a liminar da “cura gay”, pela descriminalização do aborto, somadas às lutas contra as reformas, tomemos às ruas junto aos trabalhadores, para garantir nossos direitos e barrar todos os retrocessos que querem nos impor.




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