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59º CONUNE | Plenária nacional da Faísca aprova chamado à construção de um Bloco por uma UNE Independente

O CONUNE está sendo convocado para ser uma festa da burocracia que quer subordinar a UNE ao governo de frente ampla de Lula-Alckmin, abrindo espaço para a direita com a política de conciliação e inclusive omitindo da sua programação ataques como o Arcabouço Fiscal. A plenária nacional da Faísca votou um chamado para a construção de um bloco por uma UNE independente dos governos, reitorias e contra todos ataques.

Faísca Revolucionária@faiscarevolucionaria

segunda-feira 3 de julho de 2023 | Edição do dia

A plenária nacional da Faísca aconteceu no dia 2 de julho e reuniu centenas de estudantes de importantes universidades do país como USP, Unicamp, UFABC, UERJ, UFF, UFMG, UEMG, UnB, UFRGS, UFRN, UFPE, entre outras. Com a mediação da estudante de ciências sociais da USP, Mariana Duarte e da estudante de audiovisual da UFRN, Luiza Xavier, as falas de abertura ficaram a cargo de Luiza Eineck, estudante de serviço social na UnB, e de Virgínia Guitzel, estudante de relações internacionais da UFABC. Com saudações internacionais de Lorélia Frejo, militante do Le Poing Levé na França, e da parlamentar do PTS pela FIT-U de Jujuy, Natália Morales, a plenária vibrou com duas importantes lutas internacionais que acontecem nesse momento. Também fizeram saudações a professora Carolina Cacau, que foi linha de frente da greve da educação no Rio de Janeiro, a diretora do sindicato dos metroviários de São Paulo, Fernanda Peluci, a Coordenadora Geral da Subsede da Apeoesp Santo André - Oposição Combativa, Maíra Machado, e a trabalhadora terceirizada e de aplicativos Andreia Pires.

A grande discussão foi preparar toda delegação que vai estar no CONUNE para um congresso que está sendo convocado como uma grande festa das burocracias do PT e PCdoB, que querem subordinar nossa entidade estudantil e as lutas dos estudantes ao governo de frente ampla de Lula-Alckmin e sua política de conciliação de classes, que abre espaço pra direita e pra extrema-direita. Esse governo segue fortalecendo os pilares daqueles que sustentaram o bolsonarismo, como o agronegócio, com Lula destinando mais de 360 bilhões de reais para esse setor, o maior da história. Por isso, o debate central do CONUNE será sua independência ou não diante do governo Lula-Alckmin. Diante disso, como parte de uma juventude comunista e revolucionária, a plenária da Faísca debateu a centralidade da luta para que a UNE seja independente do governo, aprovando um chamado para conformar um bloco por uma UNE Independente. Esse bloco foi pensado como uma forma de fortalecer a contraposição à burocracia que será esse CONUNE, mostrando que existe um setor que vai batalhar por uma outra concepção de movimento estudantil, por isso o chamado tem o propósito de unificar os estudantes e outras juventudes, como o Rebeldia e o Vamos à Luta, organizações com as quais seguimos discutindo sobre a importância de implementarmos em comum essa política. Sendo uma proposta que parte da centralidade de organizar os estudantes ao lado da classe trabalhadora, dos indígenas e de todo povo pobre e oprimido, sem subordinar nossas lutas aos interesses dos governos que administram esse sistema capitalista, que reserva para maioria da juventude uma vida de crise, precarização, exploração e opressão.

Um dos grandes exemplos debatidos sobre o por que é tão necessária essa política agora foi o fato de que a votação do Arcabouço Fiscal, o primeiro grande ataque nacional do governo, será muito próxima da data do CONUNE e não existe uma única palavra sobre isso na programação do evento. Afinal, os partidos que dirigem majoritariamente a UNE são favoráveis a esse ataque, seus parlamentares votaram a favor, inclusive Carina Vitral, ex-diretora da UNE na época do golpe institucional de 2016, hoje ocupa um cargo central no gabinete de Fernando Haddad, o autor dessa proposta neoliberal junto à Lula. E infelizmente organizações que também têm cargos na diretoria da UNE e não estão com essa burocracia majoritária, como as juventude do PSOL, partido que compõe o atual governo de frente ampla, e as juventudes Correnteza/UP e MUP/UJC/PCB não estão falando absolutamente nada sobre a programação não citar o Arcabouço Fiscal e nem mesmo o Marco Temporal.

Diante desse cenário, a plenária da Faísca aprovou também que era fundamental batalhar por um plano de lutas para colocar abaixo o Arcabouço Fiscal, o Marco Temporal e pela revogação do novo ensino médio. Colocando nossos esforços para articular as forças necessárias para impor que a burocracia majoritária organize desde a base os estudantes, a começar por convocar um grande ato contra o Arcabouço Fiscal no próprio CONUNE. Articulando todas as organizações que são contrárias a esses ataques para exigir que a principal entidade estudantil do país esteja a serviço de organizar a luta dos estudantes com um plano de lutas já, o que acreditamos ser possível mesmo com as diferenças políticas, programáticas e estratégicas existentes entre as organizações.

Além disso, a plenária promoveu um vivo debate, com dezenas de falas de estudantes da Faísca e independentes relatando suas experiências nas eleições dos delegados para o Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), com a formação de chapas comunistas nas suas universidades. Como esse processo foi uma forte batalha pela organização independente dos estudantes em relação às reitorias e aos governos, levantando um programa radical de questionamento a universidade à serviço do capitalismo, como a luta em defesa das cotas trans rumo ao fim do vestibular, para que toda juventude tenha o direito de estudar e sem pagar, entre outras demandas, e também a luta pela efetivação de todos os terceirizados sem concurso das universidades, parte da luta que levamos a frente com o manifesto contra a precarização e terceirização do trabalho. E em particular como, diante de um Congresso preparado por uma burocracia que prefere mais acreditar nas instituições que levaram a frente o golpe de 2016 e que mantém as reformas, do que na na força organizada dos estudantes, a batalha por uma UNE independente se conecta com toda a perspectiva de uma juventude comunista e revolucionária que luta contra esse sistema de exploração e opressão, sempre em aliança com os trabalhadores e de forma independente dos governos que querem administrar a miséria capitalista.




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