quarta-feira 17 de janeiro de 2018 | Edição do dia
Pressionado pelo mercado e distante dos 308 votos que necessita no congresso para passar a reforma da previdência, Michel Temer aposta no convencimento da população acerca da necessidade de mudar as regras da aposentadoria.
Nesta quinta (18), será gravada uma entrevista sobre a reforma da previdência em um programa de auditório de um programa de auditório do SBT, cujo apresentador é o próprio Silvio Santos. O modelo que será utilizado pelo dono da emissora é parecido com aquele de 1990, quando na ocasião FHC foi ao palco explicar sobre a implantação da URV - medida que introduziu o plano Real.
Temer tenta de todas as formas vender a ideia de que a mudança nas regras da aposentadoria não irá afetar os mais pobres, mas sim acabar com os privilégios. Esta estratégia e o apelo a figuras com grande expressão popular está sendo usada para tentar reverter a grande rejeição da proposta pela população.
Por trás das palavras de Temer e seus aliados políticos, escondem-se os interesses de uma elite que almeja empurrar os custos da crise para os trabalhadores, reduzindo benefícios sociais e atacando os serviços públicos. Além disto, a reforma irá obrigar boa parte dos brasileiros – aqueles que quiserem se aposentar –, a buscar um plano de previdência privada, o que irá alavancar ainda mais os lucros dos bancos.
O mercado já deu o recado. O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela S&P veio acompanhada de uma declaração na qual a possibilidade da não aprovação da reforma da previdência aumentava o risco de um calote do país. Por isso, é necessário que a luta contra a reforma da previdência esteja atrelada a um questionamento acerca do pagamento da dívida pública.
