Marcelo Pablito, diretor de base do Sindicato dos Trabalhadores da USP, fundador do Quilombo Vermelho e dirigente do MRT no Brasil, falou ao Esquerda Diário sobre a absurda decisão da justiça Argentina pela condenação de Arakaki do PO e Ruiz do PSTU, por lutarem contra a reforma da previdência de Macri.
Marcello Pablito Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.
terça-feira 9 de novembro de 2021 | Edição do dia
“Um absurdo. Condenaram Arakaki e Ruiz por se mobilizarem contra a reforma da previdência de Macri.
O juiz Javier Ríos condenou os dois militantes de esquerda a três anos e quatro meses e três anos de prisão, respectivamente. Os dois foram processados por participarem das massivas mobilizações contra a reforma da previdência, promovida por Macri e votada junto com parte do peronismo, que hipocritamente se colocava como oposição ao então governo.
É um novo capítulo da criminalização do protesto social na Argentina, por isso a luta contra esta decisão persecutória precisa ser redobrada e a solidariedade internacional é decisiva.
O caso contra Arakaki e Ruiz foi uma supressão escandalosa das liberdades democráticas, montada contra os dois militantes de esquerda como parte de uma perseguição política. É vítima da mesma perseguição, Sebastián Romero, integrante do PSTU que atualmente cumpre prisão domiciliar. A mesma decisão, em tempos de ajuste e de acordo com o FMI, busca ser uma mensagem de perseguição e disciplinadora contra todos os lutadores. É preciso redobrar o combate a essa resolução judicial na Argentina, mas também internacionalmente.
Nós que no Brasil sofremos com uma longa escalada autoritária nos últimos anos, tendo como resultados o golpe institucional, a prisão arbitrária de Lula e uma série de episódios de puro autoritarismo judicial que vão de prisões políticas à casos de criminalização da pobreza, como prender uma mãe que rouba miojo para alimentar o filho, sabemos como é decisivo combater cada medida como essa. Na luta contra os ajustes que atacam os trabalhadores em qualquer lugar do mundo, a defesa dos perseguidos por lutar sempre deve estar no centro do nosso combate, nacional e internacionalmente.