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28N contra as privatizações | Os educadores municipais de SP precisam fazer parte dessa luta: Construir em cada escola a paralisação.

Nesta terça-feira, dia 28 de novembro, está sendo chamada uma greve unificada contra as privatizações de Tarcísio em São Paulo, unificando trabalhadores do Metrô, CPTM, Sabesp e APEOESP, além de outras entidades. O SINPEEM está publicamente se somando a este chamado, e é fundamental que construamos em cada escola municipal a paralisação nesse dia, para que nossa categoria seja parte dessa luta unificada. Todas e todos aos atos do dia 28, na SME e na ALESP! A diretoria do SINPEEM precisa construir de fato a paralisação e dar condições para que a base da nossa categoria possa se mobilizar e aderir a esse importante dia de luta.

domingo 26 de novembro de 2023 | Edição do dia

A população da cidade e do estado de São Paulo está sob pesados ataques do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Não bastando todo o sucateamento dos serviços públicos como a saúde e a educação, que sentimos todos os dias na pele, o governador está numa ofensiva brutal contra a população e os servidores públicos para privatizar o Metrô, a CPTM e a Sabesp - esta última já no início de dezembro. Os trabalhadores desses setores vêm se enfrentando contra este projeto e protagonizaram uma greve no dia 3 de outubro que parou a cidade de São Paulo. Tarcísio escalou as agressões contra a população e os trabalhadores, demitindo mais de dez metroviários e punindo aqueles que estão na luta para deixar bem claro seu compromisso com os capitalistas e empresários. Afinal de contas, estes últimos são os únicos que se beneficiam das privatizações, pois a população sente na pele o que significam: por um lado, serviços públicos essenciais sucateados e precários, e, por outro, mais terceirização e precarização para os trabalhadores desses serviços.

Nos últimos meses, inclusive, os efeitos das privatizações ficaram ainda mais claros com as sucessivas “falhas” e problemas técnicos nas linhas da CPTM que são controladas pela ViaMobilidade, e especialmente com a ENEL que deixou milhares de famílias na cidade de São Paulo e região metropolitana sem energia elétrica, não por horas, mas por dias! Os mais atingidos foram justamente as famílias e setores da população trabalhadora mais precarizados, ou seja, o povo negro, as mães trabalhadoras, nossos alunos que não tiveram condições de frequentar as aulas, professores, famílias inteiras que perderam comida na geladeira, muitos ainda ficaram sem acesso a água em meio a uma onda de calor e à destruição que Tarcísio e os governos anteriores vem promovendo na Sabesp para justificar sua privatização. O caso da Enel, empresa que recentemente demitiu mais de 30% de seus funcionários para aumentar seu lucro, mostra muito bem quem é afetado pelas privatizações.

Mas é importante dizer que Tarcisio não está sozinho em sua ofensiva privatista, muito pelo contrário: aqui na cidade de São Paulo, o prefeito bolsonarista Ricardo Nunes (MDB) é seu parceiro na privatização da Sabesp; também o governo Lula-Alckmin está privatizando linhas de metrô em Belo Horizonte e Recife; assim como é preciso dizer que o Arcabouço Fiscal de Haddad dá sustentação para os planos privatistas de Tarcísio. Como se não bastasse, o Republicanos de Tarcísio acabou de ser integrado na base da Câmara, como aliado do governo de frente ampla. Estes são exemplos claros do quanto a política de conciliação segue abrindo caminho para o fortalecimento da extrema direita e de seus partidos. A forte greve unificada do 3 outubro, que conseguiu apoio de amplas camadas da população trabalhadora e também dos educadores públicos, não deixou dúvidas de que a luta contra as privatizações não é uma luta apenas das categorias diretamente afetadas, mas de interesse de todos os trabalhadores. Neste dia 28, também a nossa categoria precisa ser parte dessa luta e, portanto, é necessário construir nossa paralisação em cada escola municipal, com cada trabalhadora e trabalhador da educação, mas também fazer esta luta ecoar em nossas comunidades escolares, justamente aqueles que são os mais afetados pelas privatizações.

O caminho contra as privatizações e contra todos os ataques, inclusive os que sofremos na educação, como o ataque ao direito às férias condenando os trabalhadores que adoecem, é o que vimos no dia 3 de outubro, com a greve do Metrô, CPTM e Sabesp. Mas é preciso avançar nesse sentido, unificando e organizando pela base mais categorias, como a dos educadores municipais, junto das comunidades escolares e da população. Afinal de contas, golpear conjuntamente Tarcísio é também golpear um de seus principais aliados, Nunes, que rumo às eleições de 2024 está cada vez mais colado no bolsonarismo para implementar seus ataques a nível municipal, como estamos vendo com a imposição do São Paulo Integral precário.

No entanto, este não é o caminho seguido pela direção de Claudio Fonseca, agora filiado ao PCdoB, assim como das cúpulas das grandes centrais sindicais como CTB e CUT, e das direções dos demais sindicatos como a APEOESP (PT/PSOL/UP), o outro grande sindicato de trabalhadores da educação que compõe o chamado para a paralisação do dia 28. Lamentavelmente, estamos vendo a direção do SINPEEM convocando esse dia em nossa categoria como um ato, com menos de uma semana de antecedência, e inclusive sequer deixando claro de que se trata sim de um chamado à paralisação. Isso enfraquece e separa nossa luta das demais categorias, confundindo nossa categoria, atuando contra a mobilização das bases e deixando a vanguarda dos professores isolada e em dúvidas quanto a paralisar por não ter garantias de reposição. Claudio Fonseca e as cúpulas das direções sindicais fazem isso porque submetem nossa luta à lógica da pressão parlamentar “nas alturas”; não à toa o chamado de ato unificado tem sua concentração na Alesp, local de difícil acesso e com pouca visibilidade para o conjunto da população da cidade, enquanto estará ocorrendo a audiência pública sobre as privatizações.

Enquanto isso, não vemos a diretoria de nosso sindicato colocando sua força e recursos para ir às unidades, organizar espaços democráticos prévios de debate e organização, como assembleias e REs, para garantir que no próximo dia 28 as escolas estejam de fato fechadas e o rechaço dos educadores municipais às privatizações possa se expressar. É preciso nos perguntar: por que a próxima reunião de Representantes Escolares, a última deste ano, não foi antecipada e segue indicada apenas para o dia 5 de dezembro? Quem decide sobre a forma de organização e os rumos da nossa luta? Ora, nós, educadores municipais, já vimos esse filme várias vezes no último período e sabemos que essa estratégia é totalmente ineficaz para nos levar a vencer, afinal sabemos que o campo onde podemos efetivamente definir tudo e barrar os planos de Nunes e Tarcísio é o da luta de classes, apoiada na auto organização independente da nossa categoria e na unidade com os demais trabalhadores e a população.

Também é importante dizer que setores da esquerda na direção minoritária de nosso sindicato e também na diretoria do sindicato dos metroviários, além da APEOESP e que hoje são inclusive parte do governo Lula-Alckmin, como o PSOL, também direcionam todo foco de sua atuação e a disposição de luta das categorias que dirigem para a pressão parlamentar. Justamente por isso, privilegiam acordos eleitorais rumo a 2024, em unidade com os setores das burocracias sindicais (como vimos na mesa de abertura do último Congresso do Sinpeem, com a presença de Boulos), enquanto os ataques avançam. Por este mesmo motivo, não denunciam abertamente os obstáculos e confusões intencionalmente criadas pelas cúpulas sindicais, a exemplo da direção majoritária de Claudio Fonseca no SINPEEM, para impedir que a base de nossas categorias possa tomar parte massivamente na mobilização contra os interesses privatistas dos governos de extrema direita, aliados aos empresários do transporte e da educação. Os setores da esquerda que reivindicam a independência de nosso sindicato em relação aos governos, como o PSTU, também precisam romper com essa política e fazer um chamado claro, como parte da direção minoritária de nosso sindicato, aos educadores municipais para superarmos os freios da burocracia de Claudio Fonseca e nos auto organizarmos, ao lado dos alunos, famílias e comunidades, em cada chão de escola.

Não podemos esperar até 2024 enquanto os ataques estão colocados no presente. A unidade que precisamos, verdadeiramente efetiva para frear o projeto de privatizações nos transportes, na educação e no conjunto dos serviços públicos, é a unidade dos trabalhadores de diversas categorias para lutar já contra os ataques no nosso terreno de decisão, através da luta de classes!

Nesse sentido, é fundamental cada educadora e educador batalhar e construir em suas escolas a paralisação neste dia 28, compondo os atos às 13h na SME e às 15h na SEDUC, para que façamos valer nas ruas nossa disposição de se enfrentar e derrotar as privatizações de Tarcísio, mas também os ataques de Nunes e do governo Lula-Alckmin. É fundamental que o SINPEEM desde já também se comprometa em garantir o direito de reposição desse dia para dar segurança aos educadores que querem lutar. Apenas o ato não basta, é importante que nesse dia tenhamos também uma assembleia democrática, com direito à voz e voto da base dos servidores públicos, e unificada com as demais categorias em greve para que possamos definir os rumos de nossa luta.

Leia a declaração do Movimento Nossa Classe com 7 propostas para fortalecer nossa luta contra as privatizações de Tarcísio e os ataques.




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